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Dramas da clausura: a literatura dramática de Lúcio Cardoso por ...

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Comenta a criação do “Teatro <strong>de</strong> Câmera”, O Escravo aproximando-o <strong>de</strong> A luz<br />

no subsolo, A Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata, O Filho Pródigo e, finalmente, Angélica.<br />

Comenta também a existência <strong>de</strong> “dramas poéticos” (O homem pálido e O<br />

enfeitiçado) e apenas se refere a Os <strong>de</strong>saparecidos (peça incompleta). Na<br />

opinião do crítico, três <strong>da</strong>s peças <strong>de</strong> <strong>Lúcio</strong> mereciam serem retoma<strong>da</strong>s (O<br />

Escravo, A Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata e Angélica) <strong>por</strong> correspon<strong>de</strong>rem a três visões <strong>da</strong><br />

condição humana.<br />

Ain<strong>da</strong> cui<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong> produção <strong>dramática</strong> cardosiana, o crítico anota as<br />

principais influências sofri<strong>da</strong>s pelo autor mineiro em seu teatro. Segundo ele, o<br />

“temperamento ‘trágico’” <strong>de</strong> <strong>Lúcio</strong> o levava aos gregos; havia, também, a<br />

admiração pelo teatro elisabetano: Shakespeare, Ben Johnson, Dekker e,<br />

principalmente, Christopher Marlowe. É ain<strong>da</strong> Carelli que afirma que <strong>Lúcio</strong><br />

<strong>Cardoso</strong> parecia ignorar o teatro romântico e pouco citava os clássicos<br />

franceses, mas conhecia bastante o teatro <strong>de</strong> autores que lhe eram<br />

contem<strong>por</strong>âneos. Segundo o crítico, as peças bíblicas cardosianas (<strong>da</strong>s quais<br />

apenas O Filho Pródigo está completa) “aproximam-se muito dos dramas <strong>de</strong><br />

Paul Clau<strong>de</strong>l” (CARELLI, 1988: 89)<br />

A partir <strong>de</strong> 1935, <strong>Lúcio</strong> se interessa pela obra <strong>de</strong> Jean Giraudoux, na<br />

medi<strong>da</strong> em que a alegoria incita à reflexão sobre a condição humana.<br />

No entanto, tem muito mais curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo teatro engajado <strong>de</strong><br />

Jean-Paul Sartre, que <strong>de</strong>scobre em 1948, e sobretudo pelas<br />

tragédias <strong>de</strong> Albert Camus, que aspiram ao “teatro total”. (CARELLI,<br />

1988: 89)<br />

Jean Genet “será seguramente a gran<strong>de</strong> revelação <strong>de</strong>ssas leituras<br />

concomitantes à elaboração <strong>de</strong> suas próprias peças” (CARELLI, 1988: 89)<br />

embora a i<strong>de</strong>ntificação com esse autor seja bastante tardia. <strong>Lúcio</strong> <strong>Cardoso</strong><br />

também conhecia a obra <strong>de</strong> Strindberg e, como já se pô<strong>de</strong> divisar, conviveu<br />

(nem sempre pacificamente) com Ziembinski, estando, <strong>por</strong>tanto, a par <strong>da</strong>s<br />

novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s trazi<strong>da</strong>s <strong>por</strong> ele ao teatro nacional.<br />

A <strong>de</strong>speito do que diz Carelli, é possível encontrar na Fun<strong>da</strong>ção Casa <strong>de</strong><br />

Rui Barbosa, o Arquivo do Autor 28 que contém uma pasta com os textos <strong>de</strong><br />

28 A pasta on<strong>de</strong> se encontram esses e outros artigos foi organiza<strong>da</strong> pelo próprio Autor, <strong>por</strong> sua irmã Maria<br />

Helena e pelo amigo Walmir Ayala. A maioria não apresenta o nome do jornal em que foram veiculados<br />

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