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Dramas da clausura: a literatura dramática de Lúcio Cardoso por ...

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(1975), o “Teatro do Estu<strong>da</strong>nte” <strong>de</strong>u maior <strong>de</strong>staque ao papel do diretor num<br />

momento em que a primazia do espetáculo era do primeiro ator; cortou o ponto,<br />

presença comum nos palcos brasileiros; valorizou o trabalho <strong>de</strong> cenaristas e<br />

figurinistas sob orientação do diretor e impôs, nos diálogos, a fala brasileira em<br />

<strong>de</strong>trimento do sotaque lusitano 24 .<br />

Na mesma iniciativa <strong>de</strong> <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> às diretrizes traça<strong>da</strong>s pelo<br />

“Teatro <strong>de</strong> Brinquedo”, <strong>de</strong>z anos antes, e tendo como precursor imediato o<br />

“Teatro do Estu<strong>da</strong>nte”, nasceu, em 1938, o grupo “Os Comediantes”. Segundo<br />

Magaldi (1997), não havia nenhuma diretriz previamente traça<strong>da</strong> para a<br />

escolha <strong>de</strong> seu repertório, nem coerência nos seus propósitos artísticos. Mas<br />

um lema era possível distinguir-se em meio às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s financeiras,<br />

<strong>de</strong>sânimos e entusiasmos que animavam seus componentes: to<strong>da</strong>s as peças<br />

<strong>de</strong>veriam ser um gran<strong>de</strong> espetáculo. O grupo marcou-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>por</strong><br />

uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa e estudo eminentemente volta<strong>da</strong> para uma<br />

atualização com as correntes européias, guia<strong>da</strong>s principalmente <strong>por</strong> Santa<br />

Rosa, “que <strong>de</strong>fendia a criação <strong>de</strong> cursos, visando a uma homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

com<strong>por</strong>tamento especulativo” (CAFEZEIRO, 1996:479).<br />

A esse grupo veio juntar-se, em 1941, o polonês Ziembinski, refugiado<br />

<strong>da</strong> Guerra. Segundo seu próprio <strong>de</strong>poimento, publicado na Dionysos em edição<br />

monográfica <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> a “Os Comediantes”, seu primeiro trabalho com o grupo<br />

foi a iluminação <strong>de</strong> A ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, <strong>de</strong> Piran<strong>de</strong>llo que provocou<br />

admiração na equipe e o convite a que a eles se juntasse permanentemente.<br />

Mas, consi<strong>de</strong>ra Ziembisnki: “os integrantes <strong>de</strong> ‘Os Comediantes’ tinham<br />

recursos próprios para viver. Eu não. Eu tinha que tentar começar minha vi<strong>da</strong><br />

profissional.” (DIONYSOS, 1975:55).<br />

Por esse motivo, ele se afastou <strong>por</strong> um tempo para, mais tar<strong>de</strong>,<br />

participar <strong>de</strong> uma tem<strong>por</strong>a<strong>da</strong> gratuita que pretendia “mostrar ao público<br />

brasileiro pela primeira vez o conceito teatral que se trazia <strong>de</strong> fora, que se<br />

24 CAFEZEIRO (1996) registra uma ressalva <strong>de</strong> Deocélia Vianna quanto a este último ponto: ela tributa<br />

esse mérito ao marido Oduvaldo e à sua Companhia, cria<strong>da</strong> em 1922 juntamente com Nicolino Viggiani<br />

e Viriato Correia.<br />

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