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Dramas da clausura: a literatura dramática de Lúcio Cardoso por ...

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meros comparsas, pedras <strong>de</strong> toque para o <strong>de</strong>lírio assassino <strong>de</strong>ssa criatura <strong>de</strong><br />

sombra e poesia.”<br />

Paschoal Carlos Magno, em 22 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1947, escreve “A Cor<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> Prata, no Glória”. Ao contrário <strong>de</strong> E.L., elogia os cenários, que consi<strong>de</strong>ra<br />

fascinantes, impressionantes. Elogia o trabalho <strong>de</strong> Ester Leão, que dirigiu o<br />

espetáculo, mas afirma que “falta ao trabalho do sr. <strong>Lúcio</strong> <strong>Cardoso</strong> ação<br />

teatral”. Apesar dos pontos positivos que <strong>de</strong>staca, conclui que “o resultado <strong>de</strong> A<br />

Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata é simplesmente <strong>de</strong> uma obra literária redigi<strong>da</strong> em forma<br />

<strong>dramática</strong>”.<br />

O artigo <strong>de</strong> Sérgio Brito traz, parcialmente, a fonte e a <strong>da</strong>ta. Intitulado “A<br />

Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata, pelo ‘Teatro <strong>de</strong> Câmera’”, na coluna “Os novos cronistas”, foi<br />

publica<strong>da</strong> pelo jornal [A M]ANHÃ, em 20 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 194[7] 42 . Num texto<br />

extenso, Brito afirma que, com A Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata, <strong>Lúcio</strong> per<strong>de</strong>u uma ótima<br />

o<strong>por</strong>tuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> firmar-se como dramaturgo <strong>por</strong>que a peça ficou a meio<br />

caminho entre a poesia e o teatro. Para ele, o primeiro ato traz diálogos<br />

<strong>de</strong>snecessários e a personagem do médico não convence. Entretanto, louva o<br />

diálogo entre Gina e o marido e as contradições que se evi<strong>de</strong>nciam nela,<br />

afirmando que o ato, então, termina em ascensão. O segundo e o terceiro atos,<br />

contudo, per<strong>de</strong>m força <strong>por</strong>que <strong>Lúcio</strong> nem se entrega à poesia que se anuncia<br />

nem se mantém na esfera do teatro propriamente dito. Essa in<strong>de</strong>finição,<br />

segundo ele, enfraquece o <strong>de</strong>senvolvimento do drama. Tanto quanto E.L.,<br />

anota que Gina é a única personagem <strong>da</strong> peça e que as <strong>de</strong>mais não passam<br />

<strong>de</strong> meras expressões que a circun<strong>da</strong>m.<br />

Já um crítico anônimo afirma, num artigo intitulado “A Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata, no<br />

Glória”, que o teatro <strong>de</strong> <strong>Lúcio</strong> <strong>Cardoso</strong>, feito <strong>de</strong> “palavras e gestos” é<br />

essencialmente literário e, <strong>por</strong> causa <strong>de</strong> seu conteúdo, um teatro <strong>de</strong>stinado à<br />

elite intelectual.<br />

Roberto Brandão, em “Interpretação <strong>de</strong> A Cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> Prata” também louva<br />

a iniciativa do “Teatro <strong>de</strong> Câmera”, mas faz restrições à estrutura <strong>dramática</strong> <strong>da</strong><br />

peça. Critica o ritmo do primeiro ato, que consi<strong>de</strong>ra lento, o seu cenário e a<br />

42 Os colchetes representam, <strong>por</strong> inferência, o que foi cortado no artigo original.<br />

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