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Dramas da clausura: a literatura dramática de Lúcio Cardoso por ...

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iluminação que, precária, atrapalhou o <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho dos atores<br />

e a percepção do público.<br />

Geysa Boscoli, na coluna “Frevo Bastidores”, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1947,<br />

elogia a iniciativa do Teatro <strong>de</strong> Câmara, mas também faz restrições ao autor do<br />

drama: “<strong>Lúcio</strong> <strong>Cardoso</strong>, admirável poeta, pensando que teatro é apenas<br />

<strong>literatura</strong>”. Elogia também a “capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> realizadora” <strong>de</strong> Ester Leão, a<br />

cenografia e o figurino, mas conclui que o drama é “uma peça à espera <strong>de</strong> um<br />

autor” e que o espetáculo se compôs <strong>de</strong> “cinco personagens à procura <strong>de</strong> uma<br />

peça”.<br />

Um crítico que assinava A.C. escreveu “’A cor<strong>da</strong> <strong>de</strong> prata’ no Glória”. Tal<br />

qual o crítico anônimo já citado, para ele “O Teatro do sr. <strong>Lúcio</strong> <strong>Cardoso</strong>,<br />

essencialmente literário, é um teatro para a elite intelectual.”:<br />

Na<strong>da</strong> mais existe na peça além do po<strong>de</strong>r verbal, <strong>por</strong> vezes sugestivo<br />

e fun<strong>da</strong>mental segundo o estado <strong>de</strong> inconsciência <strong>da</strong> heroína. Como<br />

expressão dos sentimentos, <strong>da</strong>s lutas íntimas, apenas o movimento<br />

contínuo dos sentidos a transmitir os lances emocionais através <strong>de</strong><br />

simples olhar <strong>de</strong> soslaio. Isto só basta. Isto só evi<strong>de</strong>ncia a eloqüência<br />

<strong>da</strong> arte. Na<strong>da</strong> mais positivo. Na<strong>da</strong> mais ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro.” 43<br />

Elogia ain<strong>da</strong> o <strong>de</strong>sempenho dos atores, <strong>de</strong>stacando Alma Flora e Maria<br />

Sampaio e faz alguns reparos quanto à direção <strong>de</strong> Ester Leão.<br />

Otávio <strong>de</strong> Faria, escrevendo “A estréia do Teatro <strong>de</strong> Câmera” 44 , elogia a<br />

peça, o <strong>de</strong>sempenho, a direção e o texto, mas percebe-se que ele louva mais a<br />

iniciativa do “Teatro <strong>de</strong> Câmera” do que a peça em si. Anos mais tar<strong>de</strong>, cita<strong>da</strong><br />

<strong>por</strong> Carelli, sua opinião parece resumir o que o tom geral <strong>da</strong> Crítica <strong>da</strong> época:<br />

“Por maior que tivesse sido o sucesso, mesmo ‘<strong>de</strong> estima’ (em<br />

relação ao anterior), não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser quase total o fracasso<br />

profissional <strong>da</strong> peça apresenta<strong>da</strong>. Nenhum vestígio <strong>de</strong>ixou.” (FARIA,<br />

Apud. CARELLI, 1988: 55).<br />

4.3.2- O texto dramático<br />

43 Artigo constante do Arquivo do Autor, na Fun<strong>da</strong>ção Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa, no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

44 Artigo constante do Arquivo do Autor, na Fun<strong>da</strong>ção Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa, no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

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