12.06.2013 Views

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Chronica afirma que o monarca «folgou muyto d’ouuir musica<br />

e de seu natural sem algum artificio teue pera ella bom<br />

sentimento» e apresenta um catálogo de cantores e<br />

instrumentist<strong>as</strong> ao seu serviço. 43<br />

A par da prática litúrgica na Capela Real, a Corte era<br />

cenário de uma actividade musical intensa no domínio<br />

profano. É sobretudo a partir do reinado de D. João II que, no<br />

dizer de Garcia de Resende, «era muyto cerimonial» 44 e no de<br />

D. Manuel, que o poder régio se manifesta através do aparato<br />

externo de que se rodeia a figura do rei e sua corte, a quem<br />

dão brilho os elementos exóticos provenientes do mundo<br />

oriental e africano.<br />

Este aparato de cariz militar ou cerimonial e a<br />

actividade musical requintam-se no reinado de D. Manuel,<br />

verdadeiro melómano, a avaliar pel<strong>as</strong> descrições da época.<br />

Não faltaram então oc<strong>as</strong>iões neste reino lusitano, «qu<strong>as</strong>e<br />

cume da cabeça de Europa toda», 45 para a expressão deste<br />

ideal de grandeza.<br />

O interesse de D. João II pela música foi semelhante<br />

ao dos seus antecessores. Segundo Garcia de Resende,<br />

estavam ao serviço da sua corte “os milhores“ cantores que<br />

havia.<br />

Pouco depois deste monarca ter subido ao trono, os<br />

cronist<strong>as</strong> p<strong>as</strong>saram a dar-nos b<strong>as</strong>tantes referênci<strong>as</strong> d<strong>as</strong><br />

manifestações musicais da corte. Diz-nos Gerhard Doderer<br />

que Garcia de Resende, que de perto observou a vida deste<br />

monarca, nos fala «muit<strong>as</strong> vezes de oc<strong>as</strong>iões em que a<br />

43 Ibidem., p. 4 ss.<br />

44 Vd. Prólogo da Cronica de dom João II de Garcia de Resende (ed.<br />

conjunta <strong>com</strong> a Miscelânea, conforme a de 1798), <strong>com</strong> introdução de<br />

Joaquim Veríssimo Serrão, Lisboa, INCM, 1973, p. XXI.<br />

O gosto deste autor palaciano pela descrição da pompa e circunstância de<br />

que se rodeia a figura do rei n<strong>as</strong> cerimóni<strong>as</strong> revela-se a cada p<strong>as</strong>so: e. g.,<br />

ibidem, cap. 26, p. 32-33; cap. 79, p. 118-119; cap. 109, p. 144-145; cap.<br />

117, p. 155-161; cap. 124, p. 173-175; cap. 125, p. 175-176; cap. 131, p.<br />

190-192; cap. 134, p. 202-204.<br />

45 Luís Vaz de Camões, Os Lusíad<strong>as</strong>, III, 20.<br />

239

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!