12.06.2013 Views

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

que é reconhecidamente uma forma de conhecimento que se<br />

julga apropriado para inúmeros objectos e ao qual igualmente<br />

se <strong>as</strong>socia a noção de perspicácia. Contemplar e intuir são<br />

du<strong>as</strong> form<strong>as</strong> de apreender que amiúde se intersectam 15 .<br />

Não é nosso propósito entrar nos debates cartesianos<br />

sobre o método (de conhecimento) em que se aprofundam <strong>as</strong><br />

diferenç<strong>as</strong> e <strong>as</strong> relações entre o de<strong>com</strong>por e o (re)<strong>com</strong>por,<br />

entre o analisar e o sintetizar, entre o dividir e o reunir. O que<br />

pretendemos, muito simplesmente, é reabilitar o poder da<br />

intuição, af<strong>as</strong>tando-a de uma ideia de estaticismo que por<br />

vezes parece estar-lhe subjacente e aproximando-a, pelo<br />

contrário, de outros movimentos do intelecto. Estes<br />

movimentos, que consideramos igualmente activos, m<strong>as</strong> mais<br />

demorados, são essenciais à emergência de uma claridade ou<br />

de uma clarividência, em qualquer c<strong>as</strong>o de um entendimento<br />

do objecto sobre que o olhar se debruça. A questão pode ser<br />

pensada no quadro de um processo cognitivo em que a<br />

perspectiva d<strong>as</strong> funções isolad<strong>as</strong> (intuição, intelecção, e<br />

outr<strong>as</strong>) deixa de ser interessante.<br />

Ver <strong>as</strong> imagens é <strong>as</strong>sim dar lugar às análises, m<strong>as</strong><br />

também às sínteses intuitiv<strong>as</strong>. É chegar a um termo, tendo<br />

percorrido um caminho, e também chegar a ele <strong>com</strong>o se o<br />

caminho tivesse sido apen<strong>as</strong> o de abrir-se o sujeito àquilo que<br />

se lhe mostra, sem que tal tivesse sido previsto<br />

antecipadamente. Por outr<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, diríamos que <strong>as</strong><br />

imagens não descolam dos objectos sem uma intervenção do<br />

sujeito que <strong>as</strong> vê, m<strong>as</strong> também não estão totalmente contid<strong>as</strong><br />

num olhar que, por vezes, tendemos a supor que <strong>as</strong> modela<br />

por inteiro.<br />

Neste sentido, não podemos concordar em absoluto <strong>com</strong><br />

Meunier (2000), quando afirma que toda a imagética externa<br />

provém da imagética interna. É sem dúvida inadequado falar<br />

15 A oposição piagetiana entre “métodos activos” e “métodos intuitivos”<br />

(Piaget, 1969) não nos é particularmente sugestiva, sobretudo pelo carácter<br />

antinómico <strong>com</strong> que o psicólogo suíço parece desenhar a diferença. M<strong>as</strong><br />

também porque, na obra referenciada, ele “arruma” a imagem <strong>com</strong>o um<br />

meio de ensino claramente intuitivo, o que denota, de acordo <strong>com</strong> a sua<br />

concepção, uma declarada inactividade subjacente à pedagogia visual.<br />

317

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!