12.06.2013 Views

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

habitad<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> idei<strong>as</strong> de abertura, interacção,<br />

contextualidade, co-enunciação, etc. – reflecte, no seio d<strong>as</strong><br />

disciplin<strong>as</strong> entregues ao estudo da linguagem e da<br />

representação, a necessidade de colocar um acento tónico na<br />

dispersão do texto (af<strong>as</strong>tando-se da regra) e na apropriação<br />

do discurso (que implica necessariamente o sujeito a quem<br />

ele se dirige, por outr<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, que terá de p<strong>as</strong>sar pela<br />

instância da “subjectivação” 3 para realmente se produzir).<br />

Textos abertos, eis aquilo a que se dedica hoje a ciência da<br />

linguagem.<br />

No que diz respeito às imagens, há vários modos de <strong>as</strong><br />

entregar n<strong>as</strong> mãos do receptor, e um deles é particularmente<br />

interessante. Em diversos campos da produção iconográfica<br />

(publicidade, arte pictórica, fotografia), ele traduz-se numa<br />

aposta em enigm<strong>as</strong> visuais. Poderíamos definir estes últimos<br />

<strong>com</strong>o aqueles elementos que não correspondem à aplicação<br />

d<strong>as</strong> regr<strong>as</strong> <strong>com</strong>positivo-semântic<strong>as</strong> do texto visual, pelo<br />

contrário fazem questão em contrariá-l<strong>as</strong> (os c<strong>as</strong>os d<strong>as</strong><br />

imagens criad<strong>as</strong> por artist<strong>as</strong> <strong>com</strong>o Escher ou Salvador Dali<br />

são paradigmáticos). São imagens que apostam num efeito<br />

retórico e se constroem no seio de uma lógica frequentemente<br />

chamada do contraditório. Barthes (1964a) falaria de uma<br />

“lógica de perversão” e nós mesmos somos tentados a<br />

substituir <strong>as</strong> noções de “contradição” e de “perversão” pelo<br />

conceito de dialéctica, pois só este permite que, existindo<br />

contrários, eles não sejam necessariamente irresolúveis. É<br />

nesta lógica que <strong>as</strong>senta o efeito estético d<strong>as</strong> imagens<br />

enigmátic<strong>as</strong>, que é um efeito de estranhamento essencial e<br />

que usa artifícios plásticos, <strong>com</strong>o o non-sense (<strong>com</strong>o na obra<br />

de Edward Lear) e em geral <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> surrealist<strong>as</strong> que<br />

<strong>as</strong>sentam em <strong>as</strong>sociações insólit<strong>as</strong>.<br />

Estes enigm<strong>as</strong> visuais têm normalmente dois destinos:<br />

na melhor d<strong>as</strong> hipóteses, criam, no leitor, um efeito de<br />

surpresa e interrogação; na pior del<strong>as</strong>, são ignorados<br />

(abandonados pela interpretação), porque não encaixam. Em<br />

3 O conceito foucaltiano da Teoria Discursiva é dos mais poderosos para<br />

que possa <strong>com</strong>preender-se a <strong>com</strong>plexidade da dinâmica <strong>com</strong>unicacional.<br />

303

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!