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Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

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João II «mandou que todal<strong>as</strong> mourari<strong>as</strong> do Reyno viessem <strong>as</strong><br />

fest<strong>as</strong>, todolos mouros e mour<strong>as</strong> que soubessem bailar,<br />

tanger, e cantar, e a todolos foy dado mantimento em<br />

ab<strong>as</strong>tança, e vestidos finos, e em fim lhe foy feyto merce de<br />

dinheiro pera os caminhos». 59<br />

A herança cultural de judeus e mouros após a sua<br />

expulsão do Reino, em 1496, 60 foi <strong>as</strong>similada pelo cerimonial<br />

da festa ren<strong>as</strong>centista:<br />

[…] continuaremos a encontrar nos séculos seguintes<br />

<strong>as</strong> su<strong>as</strong> danç<strong>as</strong> e costumes, <strong>as</strong>sumidos por cristãos<br />

m<strong>as</strong>carados, juntamente <strong>com</strong> <strong>as</strong> danç<strong>as</strong> de um novo<br />

grupo étnico que vem agora juntar-se à população: os<br />

ciganos. A voga mourisca[ 61 ], sobretudo, muito longe<br />

de desaparecer, aumenta, não só na Península <strong>com</strong>o<br />

em toda a Europa, inserida no gosto pelo exótico que<br />

caracteriza uma d<strong>as</strong> vertentes da festa<br />

ren<strong>as</strong>centista. 62<br />

Ainda a propósito do c<strong>as</strong>amento do príncipe D. Afonso,<br />

relata Garcia de Resende que D. João II diligenciara <strong>com</strong>prar<br />

todo o género de bens necessários à realização d<strong>as</strong> fest<strong>as</strong><br />

que ocorreram na cidade de Évora (porque em Lisboa ao tal<br />

tempo morriam de peste), pois ele queria que fossem<br />

<strong>as</strong> maiores, e mais reaes, e perfeit<strong>as</strong> que se<br />

podessem fazer, […]. Ho que tudo logo se proveo <strong>com</strong><br />

tempo […]. Mandou mais vir da Alemanha, Flandres,<br />

Inglaterra e Irlanda em navios muit<strong>as</strong>, e mui ric<strong>as</strong><br />

tapeçari<strong>as</strong>, e panos de lam muito finos, e outros forros,<br />

e facane<strong>as</strong> fermos<strong>as</strong>, e muito boa prata em p<strong>as</strong>ta. […]<br />

59 Ibidem, p. 161. Cf. também Rui de Pina, Crónica de D. João II, cap. XLIV.<br />

60 Sobre a expulsão dos judeus e mouros em Portugal, vd. “Cristãos-Novos”<br />

e “Mouros”, Dicionário de História de Portugal, direcção de Joel Serrão, vol<br />

II, Porto, Livraria Figueirinh<strong>as</strong>, 1981, p. 233 e vol IV, Porto, Livraria<br />

Figueirinh<strong>as</strong>, 1981, p. 353, respectivamente.<br />

61 Dança fortemente ritmada, de influência mourisca, na qual os dançarinos<br />

usavam guisos presos junto aos tornozelos.<br />

62 Ana Maria Alves, As Entrad<strong>as</strong> régi<strong>as</strong> … , s.d., p. 32.<br />

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