12.06.2013 Views

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Uma d<strong>as</strong> dimensões da obra de Munari é justamente a<br />

de descrever algum<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> para o desenvolvimento d<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong>petênci<strong>as</strong> visuais e criativ<strong>as</strong>. O que muit<strong>as</strong> vezes não é<br />

tido em consideração é que, fora da escola, o sujeito continua<br />

a conviver <strong>com</strong> <strong>as</strong> imagens. A literatura infantil e até juvenil<br />

(mais que os <strong>com</strong>pêndios escolares) mostra-se cada vez mais<br />

aberta à cooperação entre o texto escrito e a ilustração e<br />

sobretudo manifesta exigênci<strong>as</strong> relativ<strong>as</strong> a uma consciência<br />

de qualidade que tem os seus efeitos. Se os manuais<br />

adoptados nos sistem<strong>as</strong> de ensino, quando muito, contêm<br />

ilustrações, algum<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> de literatura para a infância são<br />

hoje exemplos de ponta de textos multimodais que valeria a<br />

pena potenciar junto d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>.<br />

Que dizer se, em vez de confrontarmos manuais<br />

escolares e textos para a infância produzidos fora do âmbito<br />

escolar, nos referíssemos ao desequilibradíssimo contrapeso<br />

d<strong>as</strong> imagens “fora da escola” (<strong>com</strong>o é hábito dizer-se),<br />

independentemente de se destinarem ou não aos mais<br />

pequenos? É que estes circulam de facto por ess<strong>as</strong> imagens<br />

(ou el<strong>as</strong> por eles). A panóplia visual impregna-se em todos<br />

nós profundamente e <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>, para voltarmos a el<strong>as</strong>, não<br />

são dad<strong>as</strong> às crianç<strong>as</strong> canet<strong>as</strong> de feltro ou barro e outros materiais<br />

plásticos para os trabalhos a três dimensões.<br />

Muit<strong>as</strong> vezes não é dada qualquer explicação técnica, ficando <strong>as</strong><br />

crianç<strong>as</strong> abandonad<strong>as</strong> a si própri<strong>as</strong> e sem qualquer ajuda. Muitos<br />

professores e educadores infantis dizem: ‘Deixamos <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong>pletamente livres para fazerem o que quiserem, damos-lhes <strong>as</strong> tint<strong>as</strong> e<br />

o barro e el<strong>as</strong> exprimem-se livremente.’ M<strong>as</strong> se o conhecimento dest<strong>as</strong><br />

crianç<strong>as</strong> não for alargado <strong>com</strong> jogos criativos, el<strong>as</strong> não poderão estabelecer<br />

relações entre <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> conhecid<strong>as</strong>, ou só o poderão fazer de uma forma<br />

muito limitada, de modo que a sua fant<strong>as</strong>ia não se desenvolverá. Qu<strong>as</strong>e<br />

tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> de qu<strong>as</strong>e todo o mundo pintam o que vêem, o que sabem,<br />

o que conhecem, ou seja, o prado, uma c<strong>as</strong>a, montanh<strong>as</strong>, uma árvore e o<br />

sol. A forma da c<strong>as</strong>a ou da árvore poderá variar, m<strong>as</strong> os tem<strong>as</strong> são mais ou<br />

menos estes.<br />

E se não forem ajudad<strong>as</strong> a desenvolver-se, em adultos pintarão, <strong>com</strong>o<br />

hobby, <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>, do mesmo modo.” (Munari, 1987, p. 124-25).<br />

309

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!