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Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

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desenhos e outros grafismos visuais (manch<strong>as</strong> de tinta,<br />

pintur<strong>as</strong> digitais, form<strong>as</strong> modelad<strong>as</strong>, objectos tridimensionais<br />

que se socorrem de materiais recicláveis, etc.) é sempre<br />

orientado por uma ideia de expressividade, de manifestação<br />

da personalidade e raramente ess<strong>as</strong> produções são sujeit<strong>as</strong> a<br />

crítica: ao menino é deixada toda a liberdade para se exprimir<br />

pela via da pintura, do desenho, do traço, da forma e da cor e<br />

é até incentivado, frequentemente, a fazê-lo sem qualquer<br />

padrão do que poderia ser considerada a “boa expressão”, a<br />

“boa forma”, a “clareza”, etc. O principal interesse que o<br />

sistema reconhece a este tipo de tarefa (diríamos, em vez de<br />

“aprendizagem”) é que através dele se expresse a<br />

personalidade, o estado emocional e grau de desenvolvimento<br />

ontogenético da criança. O primado do psicológico domina (e<br />

por vezes anula totalmente) o eventual objectivo pedagógico<br />

do aperfeiçoamento de uma capacidade que é tida por mais<br />

ou menos espontânea, mais ou menos dependente de dotes<br />

pessoais incontroláveis 9 .<br />

9 Talvez não seja estranha à orientação pedagógica da “liberdade de<br />

expressão” que, por exemplo, tenda a desaparecer do ensino pré-escolar a<br />

aprendizagem d<strong>as</strong> dobragens, aquilo a que os orientais chamam o origami<br />

(e que, em países <strong>com</strong>o a China ou o Japão, <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> aprendem desde<br />

tenra idade). É que essa é uma forma de expressão visual (tridimensional)<br />

que exige uma técnica precisa de execução, a qual, quando não é<br />

respeitada, faz abortar o objecto que se pretendia fazer n<strong>as</strong>cer: uma ave,<br />

uma caixa, um relógio de pulso, um gato ou uma rã. Bruno Munari (1987) –<br />

advogando justamente a necessidade de uma orientação da fabricação de<br />

imagens e form<strong>as</strong> visuais pel<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>, no sentido do desenvolvimento da<br />

criatividade e do espírito inventivo – afirma explicitamente que este<br />

exercício (do origami) “.... ajuda a criança no sentido da precisão.” (ob.cit.,<br />

p. 128). Outra d<strong>as</strong> aprendizagens que pode também ser desenvolvida<br />

através da escrita visual (ou, digamo-lo mais concretamente, de certos<br />

exercícios / jogos feitos <strong>com</strong> imagens) é a aprendizagem da mudança.<br />

Munari relata, entre outr<strong>as</strong>, algum<strong>as</strong> experiênci<strong>as</strong> de jogo <strong>com</strong> <strong>as</strong> relações<br />

visuais (relações, por exemplo, entre objectos diferentes m<strong>as</strong> que vão<br />

sendo ligados porque neles se encontram propriedades/ form<strong>as</strong> <strong>com</strong>uns) e,<br />

mais uma vez, um jogo que conhecemos no Ocidente (o tangram), m<strong>as</strong> a<br />

que não damos grande importância, ao p<strong>as</strong>so que na China ele é muito<br />

usado pel<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>: “O conhecer que uma coisa pode ser uma outra<br />

coisa, é um tipo de conhecimento ligado à mudança. A mudança é a única<br />

coisa constante da realidade: tudo muda (foi dito por muitos).” (Munari,<br />

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