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Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

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Face ao exposto, consideramos pertinente colocar o<br />

problema da literacia visual (ou da iliteracia, <strong>com</strong>o se<br />

preferir) 5 .<br />

Encaremos, para <strong>com</strong>eçar, a razão do argumento que<br />

sustenta que <strong>as</strong> instituições de ensino nem sempre <strong>as</strong>sumem,<br />

tanto quanto deveriam, o treinamento da capacidade de leitura<br />

e produção d<strong>as</strong> imagens, nem tão pouco (ou menos ainda,<br />

apetece dizê-lo) dos textos gráficos em que os elementos<br />

escritos se <strong>com</strong>binam <strong>com</strong> outros (provenientes do mundo da<br />

forma) num design visual <strong>com</strong>o, por exemplo, o que é patente<br />

nos layouts.<br />

É próprio desta posição admitir que, no que à cultura<br />

visual diz respeito, o que a Escola produz são iletrados.<br />

Segue-se à constatação a ideia de que a Escola deveria<br />

reconverter-se e <strong>as</strong>sumir <strong>as</strong> su<strong>as</strong> responsabilidades no<br />

domínio em causa 6 .<br />

A primeira demonstração da demissão da escola no que<br />

à aprendizagem (de leitura e escrita) d<strong>as</strong> imagens diz<br />

respeito, é realmente uma constatação de facto, relativamente<br />

linear e pouco sofisticada. A sua simplicidade não lhe retira<br />

pertinência: na verdade, parece poder <strong>com</strong>provar-se que a<br />

relação dos escolares <strong>com</strong> <strong>as</strong> imagens, em termos não só de<br />

consumo <strong>com</strong>o sobretudo de produção, existe apen<strong>as</strong> num<br />

nível muito básico do sistema, nomeadamente no nível da<br />

pré-escola e, quando muito, nos primeiros anos do ensino<br />

básico.<br />

A partir daí <strong>as</strong> solicitações que são feit<strong>as</strong> aos alunos<br />

para se relacionarem <strong>com</strong> imagens são muito diminut<strong>as</strong>,<br />

sobretudo se estamos a falar de imagens não esquemátic<strong>as</strong>.<br />

5 Talvez devamos, na verdade, partir do princípio da iliteracia (e não do<br />

contrário), pelo menos quando perspectivamos a discussão do ponto de<br />

vista da Escola.<br />

6 Nós próprios, no nosso primeiro texto público sobre a temática, um texto<br />

de principiante, que tem já qu<strong>as</strong>e vinte anos (Calado, 1990), reivindicámos<br />

para a Escola essa responsabilidade. Continuou aliás a ser-nos difícil,<br />

durante largo tempo, pensar a questão da alfabetização visual sem<br />

pretender adjudicá-la à instituição pública que é <strong>com</strong>ummente encarada<br />

<strong>com</strong>o a que deve encarregar-se da cultura básica dos cidadãos.<br />

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