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Diálogo e Comunicação Intercultural. A Educação com as - Inicio ...

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processo desencadeia-se particularmente ao nível do id, o<br />

que mostra a responsabilidade que o adulto tem na escolha<br />

d<strong>as</strong> históri<strong>as</strong> que se contam aos pequenos ouvintes ou se<br />

oferecem aos leitores iniciais. Em que medida uma história de<br />

amor triste pode interessar os mais jovens é uma questão que<br />

justificadamente se coloca e que motiva esta introdução aos<br />

textos que a seguir serão analisados.<br />

Se olharmos para a literatura universal, encontramos<br />

c<strong>as</strong>os paradigmáticos de históri<strong>as</strong> de amor <strong>com</strong> final trágico e<br />

que permaneceram ao longo dos séculos; são os c<strong>as</strong>os de<br />

Dido e Enei<strong>as</strong>, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, celebrizados<br />

pela recriação literária de Vergílio, Wagner e Shakespeare,<br />

respectivamente. Ora o c<strong>as</strong>o de Pedro e Inês, tratado<br />

magistralmente por Camões ou António Ferreira, não tem a<br />

dimensão dos anteriores, dado o carácter periférico da nossa<br />

literatura, m<strong>as</strong> ganha contornos muito marcantes para um<br />

povo latino que valoriza a paixão amorosa, muito em especial<br />

quando os laivos de violência a ela <strong>as</strong>sociados intensificam o<br />

seu impacto. A nós, adultos, o que nos impressionará mais<br />

em tod<strong>as</strong> est<strong>as</strong> históri<strong>as</strong> – a intensidade do amor ou o final<br />

trágico dos amantes? Provavelmente ambos, pois temos um<br />

conhecimento do mundo e da vida que nos permite<br />

<strong>com</strong>preender a totalidade do drama. É óbvio que não se<br />

p<strong>as</strong>sa o mesmo <strong>com</strong> <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong>, já que são seres em<br />

construção e, por isso, <strong>com</strong> limitações no processo de análise<br />

da realidade.<br />

Paradoxalmente, a maioria d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> portugues<strong>as</strong><br />

tem um acesso regular ao mundo virtual dos adultos através<br />

da recepção d<strong>as</strong> telenovel<strong>as</strong> que canais de televisão<br />

portuguesa programam <strong>com</strong> intensa regularidade; a<br />

intoxicação diária que se verifica dá às crianç<strong>as</strong> e aos jovens<br />

a visão de um mundo virtual que, pela aparente proximidade<br />

da realidade, dificulta a separação ao nível do imaginário <strong>com</strong><br />

<strong>as</strong> consequênci<strong>as</strong> graves de que vamos tomando<br />

conhecimento. A força da imagem televisiva ganha uma<br />

intensidade que não pode ser ignorada pela Escola, já que os<br />

pais, especialmente os que sofrem do síndroma Peter Pan,<br />

aceitam p<strong>as</strong>sivamente a tirania d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> que põem e<br />

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