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hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

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são, não raras vezes, aproveitados pelos po<strong>de</strong>res domi<strong>na</strong>ntes, que se<br />

servem <strong>de</strong>les como guerreiros-mercenários para combates organizados,<br />

como terroristas para assaltos, como salteadores e ladrões para a<br />

pilhagem. São, por isso, em geral, mal vistos mas não formam um grupo<br />

étnico; pelo menos, não são apresentados como tais. Constituiam, sim, um<br />

bando <strong>de</strong> margi<strong>na</strong>is com força político-militar e, por isso, eram<br />

aproveitados e utilizados em empresas guerreiras e lucrativas e até <strong>na</strong>s<br />

lutas entre ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s-estado <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>ã. É o que bem <strong>de</strong>monstram as cartas<br />

<strong>de</strong> El Amar<strong>na</strong> n° 287, 288, 289.<br />

Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, em El Amar<strong>na</strong>, os v PRW=SA-GAZ constituem como<br />

que um sindroma sócio-político com uma gama varia<strong>da</strong> e alarga<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

significados (= forasteiros, salteadores, inimigos, traidores, proscritos),<br />

não se impondo, no dizer <strong>de</strong> Gottwald, como "uma articulação clara <strong>de</strong><br />

movimento social igualitário" 52. Eram, sem dúvi<strong>da</strong>, uma força temível,<br />

não organiza<strong>da</strong> nem unifica<strong>da</strong> mas atrevi<strong>da</strong> e eficiente, que afligia e<br />

<strong>de</strong>sgastava os po<strong>de</strong>res instituidos <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>ã e do Egipto.<br />

O nome V APIRU teve, portanto, uma origem exóge<strong>na</strong> a Ca<strong>na</strong>ã e é<br />

anterior ao aparecimento dos <strong>hebreus</strong> em Ca<strong>na</strong>ã. Mais do que um grupo<br />

étnico, representam uma espécie <strong>de</strong> classe social, elemento <strong>de</strong><br />

perturbação e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, que po<strong>de</strong>ríamos classificar <strong>de</strong> margi<strong>na</strong>is, "fora<br />

<strong>da</strong> lei" em relação aos habitantes <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>ã ou do Egipto. O caso <strong>de</strong> Idrimi,<br />

prófugo em Alalah, refugiado no meio dos ^Apiru, tem algo <strong>de</strong> paralelo<br />

ao caso <strong>de</strong> David foragido a Saul entre os <strong>filisteus</strong> (I Sam.22,1-2) e<br />

ambos bem po<strong>de</strong>m fornecer exemplo ilustrativo <strong>da</strong> acção <strong>de</strong>sse grupo<br />

sócio-político, fautor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns militares e sociais, perturbador <strong>da</strong><br />

or<strong>de</strong>m e <strong>da</strong> paz, a Maet, que os egípcios tanto prezavam.<br />

52 GOTTWALD, Norman K. - As tribos <strong>de</strong> Israel. Uma sociologia <strong>da</strong> Religião<br />

<strong>de</strong> Israel liberto, 1250 -1050 AC., São Paulo, Edições Pauli<strong>na</strong>s, 1986 ,414.

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