06.10.2013 Views

hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

249<br />

Em I Re. 22,48-50, a propósito <strong>de</strong> Josafat (867-846 AC), rei <strong>de</strong><br />

Judá, ain<strong>da</strong> se vê melhor a origem <strong>da</strong> confusão entre Tarsis e Ofir, pois,<br />

aí» a expressão "<strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis" parece uma ajunta posterior (cfr. <strong>na</strong><br />

versão dos LXX: I Re. 16,28 e note-se como a tradução correspon<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

Vulgata põe Ofir em vez <strong>de</strong> Tarsis), a qual é usa<strong>da</strong> no significado<br />

genérico, à maneira <strong>de</strong> tópico, e como que por antonomásia, para indicar<br />

<strong>na</strong>vios <strong>de</strong> comercio ao largo no mar alto.<br />

Por sua vez, o passo <strong>de</strong> ïs. 23,1-14, integrado nos "oráculos contra<br />

as <strong>na</strong>ções" (Is. 13-23), constitui, historicamente, uma informação<br />

correcta. Perante uma <strong>da</strong>s invasões assírias, o profeta faz uma elegia<br />

convi<strong>da</strong>ndo, <strong>de</strong> forma irónica, os ricos e orgulhosos habitantes <strong>de</strong> Tiro,<br />

habituados aos bons e lucrativos negócios do comércio marítimo com as<br />

<strong>na</strong>us vin<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Chipre carrega<strong>da</strong>s, a fazer-se lavradores. Tanto po<strong>de</strong><br />

referir-se à invasão <strong>de</strong> Assurbanípal (668-631 AC), como à <strong>de</strong><br />

Asharaddon (680-669 AC), que, <strong>na</strong> sua passagem para a campanha do<br />

Egipto (671 AC), subjugou as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s fenícias e <strong>de</strong>ixou registado, <strong>de</strong>pois,<br />

numa estela junto do Na<strong>na</strong>r al-Kalb, a norte <strong>de</strong> Beirute, o imenso espólio<br />

recolhido. É curioso verificar a associação do po<strong>de</strong>r político, militar e<br />

comercial. Nesta composição elegíaca, como se vê pela inclusão semítica<br />

dos vv. 1 e 14 ("ululai, <strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis, porque o vosso porto foi<br />

<strong>de</strong>struido") e pela referência central do v. 6 ("regressai a Tarsis,<br />

habitantes <strong>da</strong> costa, e ululai"), a expressão "<strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis" repete-se<br />

duas vezes e o nome <strong>de</strong> Tarsis aparece sozinho (23,6) ou associado a<br />

"filha <strong>de</strong> Tarsis" (23,10). Diz-se mesmo que o porto <strong>de</strong> Tarsis "foi<br />

<strong>de</strong>struido" (23,1). Embora o texto, <strong>na</strong> sua re<strong>da</strong>cção fi<strong>na</strong>l, seja posterior a<br />

Isaías, como se vê dos acréscimos pós-exílicos dos w. 15-18, todo o<br />

contexto <strong>de</strong>ve ser visto no enquadramento <strong>da</strong>s invasões assírias, que<br />

<strong>de</strong>struíram o comércio, que os fenícios <strong>de</strong>senvolviam a partir <strong>da</strong>s suas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!