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hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

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len<strong>da</strong>, que concentra a visão épica <strong>da</strong>s lutas entre <strong>hebreus</strong> e <strong>filisteus</strong>.<br />

Sansão é, sem dúvi<strong>da</strong>, um homem <strong>de</strong> Deus, logo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o <strong>na</strong>scimento,<br />

pela sua condição <strong>de</strong> "<strong>na</strong>zir", isto é, <strong>de</strong> consagrado ao Senhor. Vai, por<br />

conseguinte, ser apresentado como um super-homem com a força que<br />

lhe vem <strong>de</strong> Deus. Diríamos que antecipa, era moldura popular e heróica,<br />

o paroxismo <strong>da</strong> luta contra os <strong>filisteus</strong>, que o episódio do afrontamento<br />

entre David e Golias historicamente protagoniza, também ele, aliás,<br />

emoldurado, <strong>de</strong> maneira épica pela luta <strong>de</strong> David com o leão (I Sam.<br />

17,34-35).<br />

Não há que fazer aqui a exegese <strong>da</strong> história <strong>de</strong> Sansão. Sublinhe-<br />

se, ape<strong>na</strong>s, como o <strong>da</strong>do sobre<strong>na</strong>tural inva<strong>de</strong> a <strong>na</strong>rrativa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu<br />

Início, pelo anúncio angélico do <strong>na</strong>scimento <strong>de</strong> Sansão e pela exigência<br />

<strong>da</strong> sua consagração enquanto "<strong>na</strong>zir" (Jz. 13,3-5). É este um estereótipo<br />

característico <strong>da</strong> Bíblia para classificar uma <strong>na</strong>rrativa <strong>de</strong> vocação e<br />

missão, vincando o aspecto religioso <strong>da</strong> <strong>na</strong>rrativa 12. De resto, a<br />

consagração <strong>de</strong> Sansão como "<strong>na</strong>zir" 13, <strong>na</strong> dinâmica antitética <strong>de</strong><br />

fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>// infi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, é o fun<strong>da</strong>mento do enredo <strong>da</strong> <strong>na</strong>rrativa, que<br />

apresenta, to<strong>da</strong> ela, uma focagem teológica, historicamente inverossímil,<br />

por mais que se situe em espaços <strong>de</strong> geografia bem <strong>de</strong>marcados, <strong>na</strong><br />

zo<strong>na</strong> <strong>da</strong> fronteira tradicio<strong>na</strong>l entre a Ju<strong>de</strong>ia e a Filisteia. Do ponto <strong>de</strong><br />

vista cronológico é que a <strong>na</strong>rrativa não encaixa bem, e por isso é que<br />

alguns autores, que a tomam como histórica (Lagrange, Moore),<br />

peten<strong>de</strong>m que, primitivamente, ela <strong>de</strong>via vir a seguir a Jz. 16,31. Todo<br />

o agir heróico <strong>de</strong> Sansão é, sem dúvi<strong>da</strong>, posto sob a acção e força <strong>de</strong><br />

Deus, mesmo <strong>na</strong> bravata fi<strong>na</strong>l (jz. 16,28). O "Espírito do Senhor", (Ruah<br />

12 HAAG,H.;AUSEJO,Serafín<strong>de</strong>-0.e.,1785. -<br />

13 Arxxn rtrc r-^«^rin <strong>de</strong>i - La vocacxon <strong>de</strong>l h<strong>de</strong>r en el Antiquo Israel,<br />

Mn f^ ^ íl^ws bíblicos <strong>de</strong> vocación, Salamanca, Universi<strong>da</strong>d<br />

ISSttStim Assf<strong>na</strong>T4 Porém, que este autor não a<strong>na</strong>lisa a figura <strong>de</strong><br />

S ! com certtza por a £ consi<strong>de</strong>rar histórica, ao contrario <strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

Ge<strong>de</strong>ão.

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