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hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

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tinha o filho do rei que os conduziu, chamando-se, por isso, tirsenos" 6i,<br />

Nesta versão <strong>de</strong> Heródoto, a tradição apresenta-se já como uma etiologia<br />

etimológica, sem que possamos, criticamente, garantir a sua<br />

autentici<strong>da</strong><strong>de</strong>» A<strong>na</strong>lisemos mais um pouco esta questão.<br />

De facto, a palavra Tarsis é quase só <strong>de</strong> uso bíblico e aparece<br />

liga<strong>da</strong> a <strong>na</strong>us ou <strong>na</strong>vios, formando o conjunto "<strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis": (Gén.<br />

10,4; I Re. 9,26-28; 10,22; 22,48-50; Is. 2,16; 23,1-14; 69,9; Ez. 27,12-25;<br />

SI. 48,8; 72,10, jon.1,3; 4,2). Note-se, porém, que a palavra Tarsis aparece<br />

uma vez num texto <strong>de</strong> Asarhaddon, rei <strong>da</strong> Assíria. De forma genérica, a<br />

expressão "<strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis" indica <strong>na</strong>vios <strong>de</strong> comércio, no mar alto. É mais<br />

uma <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong> origem ou proveniência. Em Gén.<br />

10,4 Tarsis é apresentado <strong>na</strong> "Tábua dos Povos" como filho <strong>de</strong> Javan,<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Jafet. Da<strong>da</strong>s as características <strong>de</strong>ste texto, e como o nome<br />

<strong>de</strong> Tarsis está associado a Kittim (Chipre), tudo nos leva a crer que, para<br />

a tradição bíblica, Tarsis ficaria no Mediterrâneo oriental.<br />

É com o rei Salomão que as "<strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis" vão ganhar fama, pois<br />

ele construiu uma frota em Asion-Gaber, perto <strong>de</strong> Eilat, no Mar<br />

Vermelho (I Re. 9,27-28) contando com a colaboração e experiência dos<br />

marinheiros do seu amigo Hiram, rei <strong>de</strong> Tiro <strong>na</strong> Fenícia. Sendo certo que<br />

o texto hebraico põe aqui a palavra Ofir em vez <strong>de</strong> Tarsis, isso nos leva<br />

para um lugar distante entre a África e a Ásia (cfr.I Re. 10,11). Daí talvez<br />

a confusão entre Tarsis e Ofir, que, <strong>de</strong> resto, po<strong>de</strong> resultar <strong>da</strong><br />

aproximação <strong>de</strong>stes textos ao do I Re. 10,22, que nos situa em pleno<br />

Mediterrâneo. O facto <strong>de</strong> aqui se dizer que "as <strong>na</strong>us <strong>de</strong> Tarsis",<br />

pertencentes ao rei Salomão, "acompanhavam a frota <strong>de</strong> Hiram", rei <strong>de</strong><br />

Tiro <strong>na</strong> costa do Líbano, isso coloca-nos, sem margem para dúvi<strong>da</strong>s, no<br />

Mediterrâneo oriental, que é o contexto geográfico <strong>na</strong>tural <strong>de</strong> Gén. 10,4.<br />

61 HERÓDOTO -Histórias, I, 94.

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