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hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

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induza uma peque<strong>na</strong> diferença geográfica ao dizer que os ca<strong>na</strong>neus<br />

viviam <strong>na</strong>s planícies enquanto os amorreus habitavam <strong>na</strong>s montanhas<br />

(Núm.13,29; 14,25). Já vimos, porém, que, do ponto <strong>de</strong> vista linguístico,<br />

o nome Ca<strong>na</strong>ã não é simples tradução <strong>de</strong> Amurru. Segundo Gén.9,8 e<br />

ain<strong>da</strong> <strong>na</strong> "Tábua dos Povos" (Gén.10,6.15-19), os ca<strong>na</strong>neus são<br />

apontados como <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Cam, como, aliás, os egípcios, e, por<br />

conseguinte, não seriam semitas. Note-se, to<strong>da</strong>via, que, em Gén.10,15,<br />

os amorreus são filhos <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>ã e, portanto, também <strong>de</strong> Cam. Mas, esta<br />

visão genealógica <strong>da</strong> Bíblia <strong>na</strong><strong>da</strong> tem <strong>de</strong> científico, quer <strong>na</strong> perspectiva<br />

linguística, quer <strong>na</strong> perspectiva arqueológico-cultural; ela baseia-se <strong>na</strong><br />

tradição local e tem presente um quadro etnográfico já tardio. Contudo,<br />

é o facto <strong>de</strong>, <strong>na</strong> Bíblia, os ca<strong>na</strong>neus serem tidos como filhos <strong>de</strong> Cam e<br />

parentes do Egipto que serve <strong>de</strong> argumento supletório a A.Nibbi para<br />

provar que eles partiram do <strong>de</strong>lta do Nilo para Ca<strong>na</strong>ã. Ali se falava o<br />

camítico, que assumiria, <strong>de</strong>pois, características semíticas l? . Para nós,<br />

porém, é evi<strong>de</strong>nte que as genealogias e os <strong>da</strong>dos étnicos <strong>da</strong> "Tábua dos<br />

Povos" is não têm qualquer significado real; <strong>de</strong>rivam, como se disse,<br />

duma certa visão étnico-geográfica com os limites próprios <strong>da</strong><br />

concepção religiosa que lhe está liga<strong>da</strong>. Outro grupo étnico, que não<br />

po<strong>de</strong>mos ignorar, é o dos hurritas (horritas), os quais aparecem no sul<br />

<strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>ã, em Edom (Gén. 14,6; Dt. 2,12), e que, presumivelmente,<br />

<strong>de</strong>rivam<strong>de</strong> Huru (Haru/Horu). Aparecem em textos hititas do séc. XV<br />

AC e <strong>de</strong> Nuzi 19 - formando parte do império dos Mitanni, <strong>de</strong> origem<br />

indoeuropeia. Com to<strong>da</strong> a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vemos i<strong>de</strong>ntificá-los com os<br />

Hum dos textos egípcios, sobretudo <strong>na</strong>quele texto que <strong>de</strong>screve a<br />

18 ^I'^'rnW^ma exegético-histórico <strong>da</strong> "Tábua dos Povos" (Gén. 10) cfr.<br />

îîmP,EmSe Genesi , Turim, I960, 186-197 ("La Sacra Bibbia");<br />

UD&útSSS B ^^¾¾p¾rl"99? d 400 S 4 a 0 e 8 * "**" '<br />

Princeton Princeton University Press, 1992, 400-408.<br />

19 NUZ1 "DEB", 914-915; LIVERANI, Mario - Antiœ Oriente, 488-495; Cfr. o<br />

nosso Capítulo I, nota 21,<br />

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