06.10.2013 Views

hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

hebreus e filisteus na terra de canaã - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

375<br />

responsável pelo incremento dos cultos fenícios <strong>de</strong> Baal e Astarte em<br />

Israel (I Re., 16,32-33). Este ambiente politeísta encontra-se, <strong>de</strong> certo<br />

modo, retratado pelo profeta Amos (Am. 8,14) e no rei<strong>na</strong>do <strong>de</strong> Joacaz<br />

(Cfr, II Re.13,6) ou Jehoahaz, (814-800 AC), filho <strong>de</strong> Jehu, reis <strong>de</strong><br />

Israel, que os historiadores dizem quase contemporâneos do tempo que<br />

os arqueólogos atribuem à inscrição <strong>de</strong> Kuntillet x Ajrud (cerca <strong>de</strong> 800<br />

AC). Neste aspecto, teria sentido a hermenêutica que, com Freedman,<br />

fazemos do pequeno texto <strong>de</strong> Amos: "porque o filho e o pai dormem<br />

com a mesma jovem, profa<strong>na</strong>ndo o meu santo nome" (OT. VQ^i ï^ïsn,<br />

^fP^n- 1 ?^, Am.2,7). No contexto, os pecados assacados a Israel não são<br />

pecados <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m moral mas social e religiosa, Uma leitura atenta e<br />

contextual leva-nos, por isso, a interpretar o texto como referindo-se<br />

não a pecado <strong>de</strong> prostituição sexual e promiscui<strong>da</strong><strong>de</strong> do pai e do filho<br />

com a mesma donzela mas sim a pecado idolátrico-cultual, isto é, a actos<br />

<strong>de</strong> culto à mesma <strong>de</strong>usa Ashera, <strong>de</strong>usa <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>. O texto não fala<br />

<strong>de</strong> "dormir com" mas <strong>de</strong> "ir a" C?N-*t?n) sugerindo a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

movimento para, isto é, <strong>de</strong> peregri<strong>na</strong>ção ou visita a um santuário. Por<br />

sua vez, a frase <strong>de</strong> Amos "Os que juram pelo pecado <strong>da</strong> Samaria"<br />

(yhfeUJ nniPbQ D^lOB^n, 8;14), sugere-nos que, aplicando o trocadilho<br />

<strong>de</strong> Baal^Boshet (vergonha), po<strong>de</strong>ríamos estar aqui a 1er nn#N (pecado )<br />

Por rniífN e, então, <strong>de</strong>veríamos 1er e traduzir: "os que juram pela<br />

Asherat <strong>da</strong> Samaria". Deste modo se compreen<strong>de</strong>rá bem a afirmação <strong>de</strong><br />

Jeremias (44,15-30) num contexto abertamente cúltico e ritual,<br />

referindo-se à "rainha do céu" (Jer.44,17,19.25, cfr. 7,18). Se o rei Joacaz<br />

teve a coragem <strong>de</strong>, publicamente, se ufa<strong>na</strong>r <strong>da</strong> manutenção do culto <strong>da</strong><br />

Ashera ("O ídolo <strong>de</strong> Astarte ficou <strong>de</strong> pé <strong>na</strong> Samaria!" II Re.13,6), então<br />

compren<strong>de</strong>r-se-á porque é que algum vian<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> Israel, salvo e<br />

incólume, <strong>na</strong>quelas paragens inóspitas do <strong>de</strong>serto do Si<strong>na</strong>i, pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

0 seu agra<strong>de</strong>cimento votivo ao "Javé <strong>da</strong> Samaria (Baal) e sua Asherah!"

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!