BIBLIA MECANICA AUTOMOTIVA
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esfriamentos dos freios, o que constituía outrora uma desvantagem, já que a<br />
perfuração de um disco pode enfraquecê-lo.<br />
Utilizando uma técnica ligeiramente mais dispendiosa, os fabricantes atuais<br />
conseguiram transformar esta desvantagem em vantagem. Neste sentido, os furos<br />
são abertos de maneira que as suas arestas fiquem ligeiramente voltadas para o<br />
interior, o que aumenta a resistência da roda.<br />
O tipo de roda mais antigo e ainda hoje utilizado, principalmente em alguns<br />
automóveis esportivo, apresenta raios que a tornam num modelo leve e muito<br />
resistente. Neste tipo de roda as cargas suportadas pôr esta são transmitidas do<br />
aro da roda para o cubo pôr raios de arame de aço, mais resistentes à tração que a<br />
compressão.<br />
Como cada raio é pouco resistente aos esforços de flexão, os raios têm de ser<br />
dispostos segundo um padrão complexo, entre cruzando-se em três planos. Esta<br />
disposição assegura a transformação em esforços de tração de todos os complexos<br />
esforços aplicados em uma roda e a distribuição uniforme destes esforços.<br />
A colocação dos raios constitui um trabalho especializado. Uma das extremidades<br />
de cada raio é fixada ao cubo, enquanto a outra é introduzida através de um furo<br />
existente na roda. Uma porca de orelhas (a bucha), enroscada nesta última<br />
extremidade, mantém o raio devidamente esticado. Se os raios ficarem demasiados<br />
frouxos ou tensos, a roda, relativamente frágil, sofrerá distorções.<br />
Numa roda de raios, as perfurações destas não permitem a utilização de pneus sem<br />
câmara de ar, os quais exigem rodas que vedem completamente o ar. A utilização<br />
de rodas de raios, de fabricação dispendiosa, justificava-se apenas quando as<br />
alternativas para este modelo não ofereciam as mesmas qualidades de resistência e<br />
leveza.<br />
Uma roda de raios é montada da mesma forma que uma roda de disco de fixação<br />
central. A roda é fixada ao eixo por meio de uma grande porca de orelhas, que<br />
pode ser apertada ou desapertada aplicando-se lhe uma pancada com um martelo.<br />
Resistência às tensões provenientes de várias direções – As rodas de um automóvel<br />
estão sujeitas a enormes cargas e a esforços consideráveis, mesmo em condições<br />
normais de utilização. Têm de suportar o peso do veículo e os esforços a que este é<br />
sujeito quando acelera, freia ou faz uma curva, esforços estes frequentemente<br />
combinados. O comando da direção exige rodas rígidas. Não há dificuldade em<br />
obter a necessária rigidez numa roda fundida em liga leve, já que este tipo de roda<br />
apresenta nervuras radiais de grande diâmetro.<br />
Numa roda de aço prensado as nervuras radiais apresentam, normalmente, um<br />
formato quase cônico a fim de proporcionar maior rigidez lateral. Na roda<br />
tradicional de raios, em que estes constituem a única ligação entre o cubo e o aro<br />
da roda, esta necessária rigidez lateral obtém-se utilizando um cubo de dimensões<br />
relativamente grandes, com dois ou três conjuntos de raios colocados segundo<br />
ângulos diferentes. Os raios são dispostos aos pares e inclinados de maneira a<br />
formarem com o cubo uma série de triângulos rígidos resistentes às forças laterais<br />
geradas quando o automóvel faz uma curva. A transferência de peso para trás ou<br />
para frente é absorvida pelos raios, que atuam alternadamente, sob tensão. As<br />
rodas de discos ou fundidas numa liga leve, devidamente calculadas, suportam<br />
facilmente estes esforços.<br />
Rodas de raios – As porcas auto blocantes enroscam para a esquerda nas rodas da<br />
direita e para a direita nas rodas da esquerda, isto é, enroscam em sentido<br />
contrário ao do movimento.<br />
Roda fundida numa liga leve – As rodas fundidas numa liga leve têm vindo a ser<br />
utilizadas em numerosos automóveis de competição desde 1953 e nos outros tipos<br />
de automóveis desde 1962, embora alguns modelos da Bugatti já as<br />
apresentassem em 1920.<br />
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