BIBLIA MECANICA AUTOMOTIVA
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direção – componentes da articulação da direção ligados diretamente às mangas de<br />
eixo e que imprimem o ângulo de movimento as rodas.<br />
Se, por exemplo, uma rotação completa (360º.) do volante imprimir aos braços da<br />
direção um desvio de 30º, a redução da direção será de 12:1 (360:30). Os<br />
automóveis ligeiros utilitários têm geralmente desmultiplicações da ordem de 15:1.<br />
Assim, para imprimir um desvio de cerca 60º às rodas da frente são necessárias<br />
duas voltas e meia no volante. Um veículo pesado poderá, contudo, exigir quatro<br />
ou cinco voltas de volante, o que corresponde a uma desmultiplicação de pelo<br />
menos, 24:1.<br />
Todos os automóveis apresentam batentes que limitam o movimento da direção<br />
das rodas para evitar o contato dos pneus com qualquer parte da estrutura do<br />
automóvel. O raio mínimo de viragem corresponde ao da circunferência descrita<br />
pela parte mais saliente do lado que fica mais afastado da curva ou, mais<br />
usualmente, ao da circunferência descrita pela roda da frente desse lado.<br />
Cambagem<br />
Na maioria dos automóveis, as rodas dianteiras, quando observadas de frente,<br />
apresentam-se ligeiramente inclinadas para dentro e para fora. A inclinação da roda<br />
é designada por cambagem, sendo o seu valor denominado ângulo de cambagem<br />
(camber). A cambagem é positiva quando as rodas se inclinam para fora.<br />
A inclinação destina-se a que o centro da superfície de contato dos pneus com o<br />
solo fique, quando o automóvel é observado de frente, o mais próximo possível do<br />
ponto onde um prolongamento imaginário do eixo do pino – mestre da manga de<br />
eixo intercepta o pavimento.<br />
Praticamente, todos os automóveis modernos apresentam a referida inclinação das<br />
rodas, de conveniência comprovada, já que reduz o esforço do motorista na<br />
manobra para estacionar e elimina parte das vibrações transmitidas pelas rodas ao<br />
volante em alta velocidade. Em consequência deste desvio, cada roda tende a<br />
inclinar-se para fora. Contudo, se cada roda apresentar o mesmo grau de desvio,<br />
esta tendência será anulada pela reação, através da articulação da direção que liga<br />
as duas rodas. Deste modo, as uniões são mantidas continuamente sob uma carga<br />
positiva, numa direção e a uma tendência para a redução de ruídos. Qualquer erro<br />
no ângulo de cambagem ou no ângulo do eixo da direção traduzir-se-á em<br />
dificuldade de condução ou em desgaste dos pneus ou em ambos os efeitos.<br />
Se a cambagem for exagerada, o bordo exterior do pneu sofrerá um desgaste<br />
excessivo. Os automóveis com tração dianteira apresentam, com frequência, um<br />
menor desvio. Em grande número de sistemas de suspensão independente a<br />
cambagem passa de positiva para negativa quando a roda sobe ou desce. As rodas<br />
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