ENCALHE DE CETÁCEOS NO LITORAL SUL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASILLima B.B., da Silva K.G., Monteiro D. da S. & Estima S.C.Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> - FURG, Brazil.brunabarroslima@hotmail.comO monitoramento periódico <strong>de</strong> praia gera importantes informações sobre as espécies encalhadas, em especial, oscetáceos. Os cetáceos que encalham com maior frequência na costa do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul são a toninha (Pontoporiablainvillei) e o boto (Tursiops truncatus), <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong> interação com a pesca. O objetivo principal <strong>de</strong>ste trabalhofoi realizar um levantamento qualitativo e quantitativo dos cetáceos encalhados no RS no período <strong>de</strong> 2005 a 2008. Aárea <strong>de</strong> estudo compreen<strong>de</strong> 355 km <strong>de</strong> praia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o molhe do Chuí até a barra da Lagoa do Peixe, a qual foipercorrida mensalmente, registrando-se parâmetros bióticos. Calcularam-se índices <strong>de</strong> encalhes anuais para toninhase botos, os quais resultaram 0,48 indivíduos/10 km e 0,02 indivíduos/10 km, respectivamente. Para as toninhasforam calculados também, índices e estimativas mensais. Realizaram-se 96 saídas <strong>de</strong> monitoramento, totalizando14.192,9 km. Registrou-se 662 encalhes <strong>de</strong> P. blainvillei, 21 <strong>de</strong> T. truncatus, e 61 <strong>de</strong> outras espécies. A morte <strong>de</strong>toninhas ocorre principalmente <strong>de</strong>vido à captura aci<strong>de</strong>ntal. De 1997 a 2005 houve um crescimento dos encalhes <strong>de</strong>toninhas e <strong>de</strong> 2006 a 2008 esses índices caíram. Nos meses frios, a pesca <strong>de</strong> pescada é a maior responsável pelascapturas <strong>de</strong> toninhas, enquanto nos meses quentes é a <strong>de</strong> corvina. Utilizando-se índices <strong>de</strong> encalhes pré<strong>de</strong>terminados, estima-se que tenham morrido 14934 toninhas no período <strong>de</strong> 2005 a 2008. Analisando oscomprimentos dos espécimes encalhados percebe-se que a maioria provavelmente era imatura. As estimativas <strong>de</strong>encalhes <strong>de</strong> botos caíram a partir <strong>de</strong> 2006. Sua captura aci<strong>de</strong>ntal está relacionada, principalmente ao esforço <strong>de</strong>pesca para corvina, que é inversamente proporcional à safra do camarão. O golfinho-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ntes-rugosos (Stenobredanensis) encalhou mais frequentemente no período do estudo do que nos 12 anos anteriores. A frequência <strong>de</strong>encalhes <strong>de</strong> baleias-franca (Eubalaena australis) caiu <strong>de</strong> 1,5 (1997-2004) para 0,6 (2005-2008) animais/ano.LEVANTAMENTO DE VERTEBRADOS SILVESTRES MORTOS POR ATROPELAMENTO NARODOVIA SINVAL GUAZELLI (RS-129), ENTRE GUAPORÉ E SERAFINA CORRÊA, RIOGRANDE DO SUL, BRASIL. - DADOS PRELIMINARESLima C.S. 1 & Machado D.B. 21 Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. 2 Centro Universitário Unilasalle. camila.biors@gmail.comA fragmentação <strong>de</strong> habitats por barreiras físicas, como as rodovias, representa uma ameaça para o <strong>de</strong>slocamento edispersão da fauna silvestre, além <strong>de</strong> facilitar a entrada <strong>de</strong> espécies exóticas e caçadores. Estradas promovem umagran<strong>de</strong> alteração na vegetação, que ao fragmentar os ambientes, obrigam as espécies a transpô-las em suas áreas <strong>de</strong>vida. Assim, os atropelamentos são uma gran<strong>de</strong> ameaça a sobrevivência das espécies. O presente trabalho tem comoobjetivo realizar um levantamento <strong>de</strong> mortes <strong>de</strong> vertebrados silvestres por atropelamento, em um trecho <strong>de</strong> 20 kmda RS-129, rodovia Sinval Guazelli, visando i<strong>de</strong>ntificar os pontos críticos <strong>de</strong> atropelamentos, bem como sua relaçãocom os ambientes circundantes e averiguar quais são os grupos <strong>de</strong> vertebrados mais atingidos. O trecho vem sendovistoriado <strong>de</strong> carro com velocida<strong>de</strong> constante a cada quinze dias, ida e volta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2010. Até o momentoum total <strong>de</strong> 160 km foram percorridos e 23 animais atropelados foram registrados. Para todos os registros, anotou-sedata, local e coor<strong>de</strong>nada do atropelamento. O gambá-<strong>de</strong>-orelha-branca, Di<strong>de</strong>lphis albiventris, e o graxaim-do-mato,Cerdocyon thous, foram as espécies mais atropeladas, com 7 e 4 indivíduos respectivamente. Um gato-do-mato,Leopardus sp., foi registrado nas amostragens, porém <strong>de</strong>vido ao grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição não foi possível precisar ai<strong>de</strong>ntificação. Este registro se <strong>de</strong>staca, pois todos os felinos silvestres gaúchos, encontram-se ameaçados <strong>de</strong> extinção.Mamíferos foi o grupo mais afetado, com 73,9%, enquanto as aves representaram 26,1% dos atropelamentos. Devidoà insuficiência <strong>de</strong> dados ainda não é possível i<strong>de</strong>ntificar o ponto on<strong>de</strong> há a maior taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Essesresultados confirmam a importância <strong>de</strong> estudos sobre o efeito das rodovias sobre as populações silvestres. Istoproporcionará um melhor entendimento da dinâmica que envolve o atropelamento visando a implantação <strong>de</strong>medidas mitigadoras, c omo a redução do limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e a limpeza nas margens da estrada.<strong>Primer</strong> <strong>Congreso</strong> <strong>Uruguayo</strong> <strong>de</strong> <strong>Zoología</strong> 211
OBSERVAÇÕES DA MASTOFAUNA DE MÉDIO E GRANDE PORTE NA REGIÃO DEGUAPORÉ, SERRA DO RIO GRANDE DO SUL, BRASILLima C.S. 1 , Machado D.B. 2 , Pires D.P.S. 1 & Pandolfo L. 11 Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. 2 Centro Universitário Unilasalle. camila.biors@gmail.comA Mata Atlântica é conhecida mundialmente pela sua imensa biodiversida<strong>de</strong>, número <strong>de</strong> espécies endêmicas e grau<strong>de</strong> ameaça. Des<strong>de</strong> o início da colonização portuguesa foi o bioma brasileiro que mais sofreu alterações provocadaspela ocupação humana, apresentando atualmente menos <strong>de</strong> 8% da área florestal original. A fauna <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong>porte, dada as suas inerentes necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> área e <strong>de</strong> recursos, torna-se particularmente vulnerável a estasituação. A cobertura vegetal da área <strong>de</strong> estudo encontra-se bastante alterada, em função do <strong>de</strong>smatamentoacentuado e da expansão das ativida<strong>de</strong>s agropecuárias, havendo ainda como agravante, uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>empreendimentos hidrelétricos previstos para a região. Os dados foram obtidos tanto por observações casuais comosistemáticas, entre abril e agosto <strong>de</strong> 2010, quando foram registradas 18 espécies <strong>de</strong> mamíferos <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong>porte, distribuídas em 14 famílias e 7 or<strong>de</strong>ns, sendo 6 consi<strong>de</strong>radas ameaçadas <strong>de</strong> extinção no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Entre os registros importantes, estão o Mazama gouazoubira, Eira barbara, Lontra longicaudis, Nasua nasua eLeopardus sp., todas espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção na categoria Vulnerável, e ainda Mazama nana, consi<strong>de</strong>radasob risco <strong>de</strong> extinção tanto regionalmente quanto nacionalmente. Lepus sp. foi a única espécie exótica registrada. Osresultados obtidos alertam para a necessida<strong>de</strong> do aprofundamento dos estudos mastofaunísticos, além <strong>de</strong> buscaspor populações residuais <strong>de</strong> espécies raras ou em vias <strong>de</strong> extinção, o que reforçaria a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações quepossam subsidiar políticas conservacionistas a fim <strong>de</strong> que se preserve a biodiversida<strong>de</strong> regional.NOVA ESPÉCIE DE Atlantoscia FERRARA & TAITI, 1984 (CRUSTACEA: ONISCIDEA:“PHILOSCIIDAE”) DA BAHIA, BRASILLisboa, J. T.; Campos-Filho, I. S. & P. B. AraujoAutônomo, Brazil. onelisboa@gmail.comO gênero neotropical Atlantoscia Ferrara & Taiti, 1984 inclui duas espécies, A. rubromarginata Araujo & Leistikow,1999, com distribuição no Nor<strong>de</strong>ste e A. floridana Van Name, 1940, com distribuição, no Brasil, ao longo dos estadoscosteiros e Minas Gerais. Uma nova espécie é <strong>de</strong>scrita para o sul da Bahia, Brasil, a partir <strong>de</strong> espécimes coletados emárea <strong>de</strong> Mata Atlântica e plantação <strong>de</strong> cacau (Theobroma cacao L.), nos municípios <strong>de</strong> Ilhéus e Ituberá. A novaespécie apresenta características típicas do gênero, como áreas respiratórias e <strong>de</strong>ntes fendidos no conjunto internodo endito interno da maxilula. Atlantoscia sp. nov. distingue-se por apresentar 13 omatí<strong>de</strong>os, carpo 1 com duas setascom ápice “hand-like” e órgão dactilar com ápice lanceolado. Este é o segundo registro <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong>Atlantoscia com distribuição no Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, indicando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a riqueza na área seja maior doque a conhecida atualmente.212 <strong>Primer</strong> <strong>Congreso</strong> <strong>Uruguayo</strong> <strong>de</strong> <strong>Zoología</strong>