Primer Congreso Uruguayo de Zoología - Sociedad Zoológica del ...

SOM DE CORTE DE Gryllus multipulsator (ORTHOPTERA, GRYLLIDAE): IMPLICAÇÕESTAXONÔMICASOliveira, R.P., Martins, L.P. de & E. Zefa.Universidade Federal de Pelotas, Brasil.O repertório dos grilos inclui o som de chamado, corte e agressividade. O som de chamado foi extensivamenteestudado por sua aplicação na taxonomia, enquanto os de corte foram pouco estudados, tanto no que se refere àsestruturas sonoras quanto no seu significado comportamental. O objetivo desse trabalho foi caracterizar o som decorte de Gryllus multipulsator e verificar sua importância como ferramenta taxonômica. Os exemplares foramcoletados no Município de Pelotas, RS; os encontros realizados em arenas de 14 cm de diâmetro x 9 cm de altura,com substrato de areia e os casais unidos randomicamente. O som de corte foi registrado em gravador Olympus eanalisado no software Avisoft SasLab. O som de corte apresenta três padrões distintos: (1) frases semelhantes aosom de chamado com 0.159 s, intervalo entre frases de 0.6 s e banda de freqüência de 3273 a 4565 Hz; (2) frasesemitidas regularmente, com duas seções:, a seção “A” composta por um trill de 1.61 s (1.09 - 2.25) e a seção “B” porum chirp com quatro notas por frase e duração de 0.514 s (0.497 - 0.546); (3) frases emitidas irregularmente comfreqüência de 2670 a 5684 Hz e padrões temporais não quantificados. Considerando as 82 espécies descritas deGryllus, seis apresentam o som de corte digitalizado, possuindo padrões específicos, com ritmos semelhantes aosegundo padrão apresentado nesse trabalho. O significado comportamental desses três padrões não foiexperimentalmente testado, mas empiricamente observamos que são produzidos de acordo com a receptividade dafêmea, ou seja, quanto menos receptiva, o som de corte torna-se mais semelhante ao som de chamado. A presençade três padrões distintos no som de corte demonstra que sua caracterização deve ser realizada considerando apropensão dos indivíduos ao acasalamento, particularmente se for empregado com fins taxonômicos.ABUNDÂNCIA DE PLANÁRIAS TERRESTRES (PLATYHELMINTHES) EM ÁREAS COMDIFERENTES GRAUS DE IMPACTO ANTRÓPICO E INFLUÊNCIA DE CARACTERÍSTICASESTRUTURAIS DO HABITATOliveira, S.M. & Leal-Zanchet, A.M.Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, Brazil. monibiouni@yahoo.com.brEstudos anteriores têm indicado que as planárias terrestres, de uma maneira geral, selecionam habitats maisconservados. No entanto, são desconhecidos os fatores que influenciam a sua riqueza e abundância em diferentestipos de vegetação. A área de estudo a Floresta Nacional de São Francisco de Paula, localizada no nordeste do RioGrande do Sul, apresenta-se constituída por um mosaico ambiental de Floresta Ombrófila Mista e plantações daespécie nativa Araucaria angustifolia e de espécies exóticas de Pinus e Eucalyptus. O presente estudo tem comoobjetivos verificar (1) quais espécies de planárias terrestres são dominantes em áreas com distintos graus de impactoantrópico; (2) quais características estruturais do habitat influenciam a abundância dessas espécies. Para a realizaçãodas amostragens foram selecionados aleatoriamente 50 quadrantes de 5m x 5m em áreas de Floresta OmbrófilaMista e plantação de Pinus sp. Em cada quadrante, foram analisados os seguintes fatores: densidade de arbustos,altura do folhiço e disponibilidade de refúgios. Na área de Floresta Ombrófila Mista, foram encontrados 132espécimes de planárias terrestres, pertencentes a 20 espécies, sendo que as espécies dominantes foram Geoplanafranciscana (n=28) e Geoplana ladislavii (n=26). Na área de plantação com Pinus foram amostrados 108 espécimes,pertencentes a 18 espécies, sendo dominante Notogynaphallia ernesti (n=36). Através de regressão múltipla,verificou-se que, na área de Floresta Ombrófila Mista, a abundância de Geoplana franciscana mostrou-seinfluenciada apenas pela altura do folhiço, enquanto a abundância de Geoplana ladislavii, pela disponibilidade derefúgios. Na área de Pinus sp., verificou-se que a disponibilidade de refúgios e altura do folhiço influenciaram aabundância de Notogynaphallia ernesti. Os resultados indicam que as três espécies de maior abundância selecionammicrohabitats de menor luminosidade e/ou maior umidade em ambos os tipos de vegetação.234 Primer Congreso Uruguayo de Zoología