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HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

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Na seqüência, prosseguindo na busca das relações entre o projeto poético cabralino<br />

e as artes espanholas, ao longo de nossas leituras, constatamos a possibilidade de articular a<br />

imagem da “casa-mulher” à arquitetura sevilhana.<br />

5.3.A ARQUITETURA E A <strong>POESIA</strong><br />

Como o objetivo de explicar a idéia de espaço em arquitetura, Bruno Zevi (1996)<br />

observa que o que distingue a arquitetura das outras artes é o fato de “agir com um<br />

vocabulário tridimensional que inclui o homem.” (1996, p.17). É o ser humano que dá<br />

sentido a essa arte, na medida em que se movimenta no seu espaço interior, pois esta arte<br />

projeta um tipo de espaço “que não pode ser conhecido e vivido a não ser por experiência<br />

direta”(Ibidem, p.18)<br />

Paul Valéry (1999), por sua vez, no diálogo de Sócrates com Fedro, no Eupalinos ou o<br />

arquiteto, observa que a arquitetura é considerada a mais completa das artes, por obedecer<br />

aos três princípios básicos da arte: a utilidade, a beleza, a solidez ou a duração. A utilidade<br />

estaria para a realização da arte em função do corpo; a beleza corresponderia aos desejos da<br />

alma; já a solidez estaria para a consciência da transitoriedade e o desejo de não perecer.<br />

Já o arquiteto Le Corbusier, como vimos, propõe que a arquitetura é um tipo de<br />

linguagem que desperta emoções: “Com o uso de materiais inertes e partindo de condições<br />

mais ou menos utilitárias, vocês estabeleceram certas relações que despertaram minhas<br />

emoções. Isso é Arquitetura.”(LE CORBUSIER, apud FRAMPTON, 1997, p.179),<br />

Essas considerações iniciais sobre o conceito de arquitetura são importantes por<br />

nos levar a repensar a presença da arquitetura na poética de Cabral. O poeta dedicou mais<br />

de um texto aos arquitetos. O primeiro deles, Fábula de Anfion, publicada junto com a<br />

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