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HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

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depois de conhecer a luz de Velásquez, pintor barroco da corte espanhola do século XVII e<br />

um dos maiores artistas de todos os tempos. Vale lembrar que o pintor espanhol, mesmo<br />

vivendo em meio aos fidalgos cortesãos, não deixou de inspirar-se em figuras populares<br />

para compor seus magníficos quadros, os quais se tornaram representação viva da<br />

sociedade castelhana daquele tempo.<br />

Cardozo”:<br />

Outro poema escrito a Joaquim Cardozo, em Museu de tudo é “Pergunta a Joaquim<br />

É que todo o dar ao Brasil<br />

de Pernambucano há de ser nihil?<br />

Será que o dar de Pernambuco<br />

é suspeitoso porque em tudo<br />

sintam a distância, o pé atrás,<br />

insubserviente de quem foi mais?<br />

(MELO NETO, 1997, p.87)<br />

No texto, a pergunta é feita ao companheiro que, do mesmo modo que o autor, tenta<br />

dar a ver a sua realidade ao Brasil, a partir de seu lugar de origem, ou seja, a partir do que é<br />

Pernambuco.Ao falar do poeta do Capibaribe, João Cabral diz que “Cardozo era<br />

pernambucano de corpo e alma, sua linguagem era regional, seu espírito, atento.”Além<br />

dessas características, João Cabral observa que admirava Cardozo pela sua teimosia em<br />

falar das coisas de Pernambuco “com os pés plantados no chão.”(MELO NETO, 1984)<br />

Daí, talvez, a perspectiva de uma arte nihil, incompreendida pela maioria daqueles<br />

que não convivem com a realidade do povo nordestino. Em A escola das facas, aparecem<br />

mais dois poemas dedicados ao amigo. O primeiro é “Na morte de Joaquim Cardozo”, no<br />

qual João Cabral mais uma vez ressalta o valor do poeta que deveria ser “comido” pela sua<br />

terra, como dizia Joyce:<br />

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