HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores
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2ª PARTE<br />
JOÃO CABRAL <strong>DE</strong> MELO NETO EM DIÁLOGO COM AS<br />
ARTES ESPANHOLAS<br />
CAPÍTULO 3<br />
OS NÍVEIS DO INTERCURSO DAS LINGUAGENS<br />
Como vimos na primeira parte desta tese, em João Cabral, há a citação constante,<br />
numa perspectiva metalingüística, de artistas que, frente à realidade cultural de suas épocas,<br />
dedicaram-se à criação de “novas escrituras”, a despeito de serem ou não serem bem<br />
recebidos por seus “leitores”. Dentre eles 48 , além dos franceses Mallarmé, Le Corbusier e<br />
Paul Valéry, destacamos os espanhóis Pablo Picasso, Juan Miró, Gonzalo de Berceo, Jorge<br />
Guillén, Juan Gris, Joan Brossa, Miguel Hernández, Pedro Salinas, Rafael Alberti e<br />
Federico García Lorca com os quais o poeta dialoga em seus textos teórico-críticos e<br />
literários. Esses diálogos vão se caracterizar ora pela idéia de aproximação estética, ora<br />
pelo distanciamento em relação aos artistas mencionados.<br />
Ressaltamos que, além da alusão 49 a outras vozes artísticas, não podemos esquecer<br />
que o poeta brasileiro conviveu com a cultura espanhola durante treze anos e procurou, ao<br />
48 Nomes como de W. H. Auden, Marianne Moore, Gertrude Stein, W. B. Weats, Cesário Verde, Afonso<br />
Arinos, Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes, Luís Jardim, Augusto Frederico<br />
Schmidt, irmãos Campos, Ledo Ivo, José Lins do Rego, Marly de Oliveira dentre outros citados ou não ao<br />
logo de nossa tese atravessam o discurso cabralino.<br />
49 De acordo com Massaud Moisés (1982) alusão é “toda referência, direta ou indireta, propositada ou<br />
casual, a uma obra, personagem, situação etc., pertencente ao mundo literário, artístico, mitológico etc., e que<br />
seja do conhecimento do leitor.” (1982, p.18)<br />
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