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HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

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arquiteto franco-suiço um exemplo importante para o que pretendia alcançar em sua<br />

poesia.No entanto, o mesmo João Cabral reconhecia que arquiteto em tela, no final da vida,<br />

negou todos esses valores que pregava anteriormente.<br />

Quanto ao poema em estudo, chama a atenção o tratamento semântico dado às<br />

imagens. Configuradas por oposição entre a idéia de abertura e fechamento, as “portas” do<br />

poema, que num primeiro momento se abrem, na segunda parte prendem o sujeito na<br />

“capela útero”. A sugestão das portas que dão acesso para dentro e para fora e da capela<br />

como um “útero”, remete ao espaço feminino e materno da proteção e do aconchego, já<br />

observado. Em decorrência disso, mais uma vez o espaço e a mulher se reencontram,<br />

como imagens geometricamente limitadas, que valem pelo que não se deixam limitar, pelo<br />

que surpreendem.<br />

5.3.1.A MULHER COMO ESPAÇO SEVILHIZADO NA <strong>POESIA</strong> <strong>DE</strong> JOÃO<br />

CABRAL<br />

Antes, porém de estabelecermos a articulação da imagem da mulher com o espaço<br />

sevilhano, temos que aventar as circunstâncias em que a imagem feminina está relacionada<br />

com a idéia de casa. Comecemos pelo poema “A mulher e a casa”, no qual o exercício de<br />

construção da imagem feminina passa pelo rigor geométrico da dialética do exterior e do<br />

interior da casa:<br />

A mulher e a casa<br />

Tua sedução é menos<br />

de mulher do que de casa;<br />

pois vem de como é por dentro<br />

ou por detrás da fachada.<br />

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