18.04.2013 Views

HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Associada às características da cidade, a imagem da sevilhana adquire a aparência<br />

de “multivestida”, mas, para o olhar de quem a contempla, mostra-se “nua”. A partir de<br />

então, a mulher reencontra o símile “chama morena e petulante” das bailadoras, as quais<br />

continuam “pisando esbeltas no chão, /ambas, num andar de afirmação” (MELO<br />

NETO,1997, p.330).<br />

sevilhana:<br />

No terceiro quadro do poema, o poeta tenta experimentar outra imagem da mulher<br />

Pois não quis viver em Sevilha<br />

que é de onde ela não se sabia,<br />

descrente da antropologia<br />

que lhe nega a genealogia:<br />

mas sevilhana nela toda,<br />

como se naufragada forma<br />

viesse a encalhar por engano<br />

nas praias do Espírito Santo.<br />

Não convencido de que a imagem da mulher se basta na imagem da cidade, ou<br />

vice-versa, o poeta retoma a relação entre mulher, a dança por siguiriyas e o cante do<br />

cigano:<br />

Donde o pé atrás, contra Sevilha?<br />

Crê que é só bulha, bulerías?<br />

Sevilha é mais da siguiriya<br />

que é a castelhana seguidilla<br />

que o cigano prende no tanque<br />

de seu silêncio, e fez m cante,<br />

e que a cigana faz em dança,<br />

centrada em si como uma planta.<br />

180

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!