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HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

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§O modelo não é indicado<br />

é a nenhum nórdico:<br />

lhe ficará muito curto<br />

e ele incômodo.<br />

Ele ficará tão ridículo<br />

como um automóvel,<br />

dos que ali, elefânticos,<br />

tesos, se movem,<br />

nas ruas que o sevilhano<br />

fez par si mesmo,<br />

pequenas e íntimas para<br />

seu aconchego,<br />

sevilhano em que se encontra<br />

ainda o gosto<br />

de ter a vida à medida<br />

do próprio corpo.<br />

(MELO NETO, 1986, p.166)<br />

Por outro lado, o poeta consegue evidenciar no texto a mistura de origens presente<br />

tanto na arquitetura quanto no ritmo das palmas das dançarinas de flamenco, que parece<br />

resumir, num lamento coletivo, a dramaticidade da alma andaluza. Sevilha tem uma cor, é<br />

vermelha, a cor dos mistérios fascinantes, da sensualidade, do fogo. Tem uma música, o<br />

cante flamenco, cante “lamento mais gemido” que “acaba em explosão.(MELO NETO,<br />

1997, p.47)<br />

Finalmente, em Andando Sevilha (1987-1989), o espaço sevilhano, ao contrário das<br />

grandes metrópoles, é configurado como o espaço ideal, que supre todas as necessidades<br />

humanas:<br />

Sevilha e o progresso<br />

Sevilha é a única cidade<br />

que soube crescer sem matar-se.<br />

Cresceu do outro lado do rio,<br />

cresceu ao redor, como os circos,<br />

conservando puro seu centro,<br />

intocável, sem que seus de dentro<br />

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