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HELÂNIA CUNHA DE SOUSA CARDOSO A POESIA ... - Educadores

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No início do texto, são ressaltadas figuras como sóis, luas etc., motivos que se<br />

tornam inspiração para grande parte das obras do pintor, devido ao seu interesse pelas<br />

lendas e costumes da Amazônia. Todavia, ao longo do poema, João Cabral privilegia em<br />

sua descrição o modo como o pintor trata esses elementos na tela, remetendo-nos a um dos<br />

depoimentos de Vicente do Rego Monteiro:<br />

Eu planejo como um arquiteto. Eu uso cálculos sucessivos até achar a linha para a<br />

construção definitiva. Eu acho que o quadro, vou usar essa palavra, o quadro se<br />

fabrica, se constrói como uma casa. Esse negócio de falar de inspiração, de<br />

improvisação, só no tachismo e impressionismo, onde o artista vai com o corpo e<br />

a cara, com tudo, improvisa. Mas eu acho que o artista, depois do cubismo,<br />

constrói o seu trabalho. Para mim a linha é tão importante. A linha é exatamente<br />

o continente, e a cor, o conteúdo. A cor dá luz e sombra mas a linha é que define.<br />

(MONTEIRO, 1969) 20 .<br />

No outro texto do mesmo livro dedicado ao pintor, há a referência à vida pessoal do<br />

artista plástico:<br />

A Vicente do Rego Monteiro<br />

Eu vi teus bichos<br />

mansos e domésticos:<br />

um motociclo<br />

gato e cachorro.<br />

Estudei contigo<br />

um planador,<br />

volante máquina,<br />

incerta e frágil.<br />

Bebi da aguardente<br />

que fabricaste<br />

servida às vezes<br />

numa leiteira.<br />

Mas sobretudo<br />

20 Depoimento à Walmir Ayala e Ricardo Cravo Albim, para o Ciclo de Artes Plásticas do Museu da Imagem<br />

e do Som do Rio de Janeiro, em 27.10.1969, publicado posteriormente no livro Vicente do Rego Monteiro:<br />

pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994. p.254-255, 270, 272.<br />

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