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apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

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1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />

organização <strong>de</strong> idéias e das funções gramaticais. Professores <strong>de</strong> diferentes áreas <strong>de</strong>vem trabalhar juntos e<br />

criar no indivíduo a qualida<strong>de</strong> necessária para que este <strong>de</strong>senvolva seus conhecimentos científicos: a<br />

observação da natureza para a produção <strong>de</strong> um relato crítico.<br />

Pesquisando a Raiz do Problema<br />

Para que seja possível enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma individual como a educação em Química é percebida<br />

pelos estudantes, foi realizada entrevista com alunos do Rio <strong>de</strong> Janeiro na região da Baixada Fluminense.<br />

Esta entrevista foi em forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, <strong>de</strong> maneira informal, para que os alunos tivessem abertura para<br />

relatarem suas experiências educacionais.<br />

A pesquisa foi realizada em uma organização não governamental que se mantém com recursos da<br />

Igreja Católica, e se <strong>de</strong>dica a manter um curso pré-técnico para crianças <strong>de</strong> baixa renda. A maioria dos<br />

alunos cursa o 9° ano do Ensino Fundamental, e todos estudam em escolas públicas. O segundo público a<br />

ser entrevistado foi na re<strong>de</strong> estadual, no CIEP na baixada fluminense, com estudante também do último ano<br />

do Ensino Fundamental e do 3° ano do Ensino Médio.<br />

Aos primeiros questionamentos, tentou-se perceber se estes alunos entendiam a importância da<br />

Química na socieda<strong>de</strong>. As respostas foram idênticas em todas as séries, os alunos só conseguiam citar a<br />

fabricação <strong>de</strong> remédios e matérias <strong>de</strong> limpeza, o caráter <strong>de</strong> preservação e resgate ambiental não era nem<br />

conhecido. Para todos, não há aplicação do conhecimento <strong>de</strong> Química no dia-a-dia, e por isto, estes dizem<br />

que estudar ciências ”não serve para nada”.<br />

Quando perguntado se alguém gostava <strong>de</strong> estudar Química, somente quatro em 24 estudantes do<br />

curso pré-técnico, cinco em 45 do 9º ano da re<strong>de</strong> estadual e apenas dois em 37 alunos do 3º ano do Ensino<br />

Médio, respon<strong>de</strong>ram positivamente. As maiores reclamações estão em não possuírem aulas experimentais<br />

e baixo interesse dos professores pelas dificulda<strong>de</strong>s individuais <strong>de</strong> aprendizagem. Uma aluna chega a dizer<br />

que quando apresenta a dificulda<strong>de</strong> à sua professora <strong>de</strong> “Ciências” esta respon<strong>de</strong> “se enten<strong>de</strong>u bem, se<br />

não também, não sou professora particular”.<br />

A maioria <strong>de</strong>stes alunos nunca teve aulas em um laboratório <strong>de</strong> Química ou se quer entraram em<br />

algum. Apenas três dos 106 alunos entrevistados afirmaram que já tiveram aulas experimentais em sala <strong>de</strong><br />

aula, e 20 <strong>de</strong>les visitaram um laboratório, sendo todos estes a passeio ao IFRJ. Nas frases <strong>de</strong> um dos<br />

alunos po<strong>de</strong>mos perceber que existe interesse para estudar este campo do saber através <strong>de</strong> experimentos:<br />

“o maneiro da Química é a prática.”<br />

O método <strong>de</strong> ensinar a História da Ciência a principio foi rejeitado pela opinião geral, com<br />

argumentos <strong>de</strong> ser entediante e <strong>de</strong> que já havia muita coisa para ser estudada. Mas quando um dos<br />

pesquisadores apresentou a história mais provável da criação da anestesia, po<strong>de</strong>-se perceber a atenção<br />

toda voltada para a explicação e o interesse científico foi <strong>de</strong>spertado, levando à discussão se toda a<br />

<strong>de</strong>scoberta ocorre por acaso.<br />

O primeiro contato com a disciplina “Química” separado dos tempos <strong>de</strong> ciências foi, em gran<strong>de</strong><br />

parte, a partir do 1º ano do Ensino Médio, e aqueles que estudaram ou estudam o conteúdo, possui apenas<br />

tempos divididos pelo quadros semestrais. No 9º ano, Física e Química são divididas <strong>de</strong> forma a cada uma<br />

ser estudada no 1º e no 2º semestre respectivamente.<br />

No último ano do Ensino Médio encontramos muita frustração dos alunos que dizem que<br />

esperavam apren<strong>de</strong>r muito mais do que efetivamente estudaram. Um aluno revela que gostaria <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

“porque que a gasolina faz o carro andar”, e fica extremamente surpreso quando lhe é explicado o porquê<br />

através dos princípios <strong>de</strong> entalpia.<br />

Para aqueles que irão prestar prova para escola técnica, três entre 24 alunos preten<strong>de</strong>m seguir a<br />

carreira como químico, e os objetivos que os levam a tomar esta <strong>de</strong>cisão são as idéias <strong>de</strong> uma profissão<br />

bem remunerada que leva incentivo pela família que acredita neste principio. Apenas um entre todos os<br />

entrevistados <strong>de</strong>monstrou interesse pelo saber científico, em suas palavras: “enten<strong>de</strong>r como as coisas<br />

reagem e porque as coisas são do jeito que são, é muito interessante”. Se cultivado este caráter nos<br />

estudantes, po<strong>de</strong>ríamos ter mais pesquisadores <strong>de</strong>dicados neste país.<br />

Construção da Auto-Reflexão Crítica Através da Educação<br />

O professor <strong>de</strong>ve começar a ter consciência do seu papel na sala <strong>de</strong> aula. Sua função não é <strong>de</strong><br />

“formador” <strong>de</strong> opinião ou <strong>de</strong> indivíduo, ele <strong>de</strong>ve orientar o educando para que este possa moldar-se ao<br />

tempo e ao espaço sócio-político, oferecendo-lhe a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir uma reflexão crítica do seu<br />

papel social e contribuir para o progresso comum.<br />

Devemos educar Química a partir da primeira infância, já que a psicanálise nos prova que é nesta<br />

fase que a personalida<strong>de</strong> é construída, internalizar seu conhecimento é garantir a sua utilização em todas<br />

as esferas sociais. É somente <strong>de</strong>sta forma que po<strong>de</strong>remos alfabetizar cientificamente nossos alunos.<br />

Preparar estes alunos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Ensino Fundamental para que se <strong>de</strong>senvolva um pensamento científico mais<br />

completo e focado nos objetivos sociais.<br />

UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.

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