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apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

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UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.<br />

1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />

Com esse panorama educacional ao fundo, ficou uma questão em aberto, a qual é consi<strong>de</strong>rada<br />

por muitos como uma pedra no sapato: a formação dos professores acompanhou as rápidas transformações<br />

da socieda<strong>de</strong>, da tecnologia, da cultura a ponto <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar-se às novas necessida<strong>de</strong>s educacionais? A<br />

resposta é triste, por que até hoje temos um sistema <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores que não prepara<br />

a<strong>de</strong>quadamente os docentes.<br />

Com a intenção <strong>de</strong> dar novos rumos a formação <strong>de</strong> professores no Brasil, na data <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />

fevereiro <strong>de</strong> 2002 foi promulgada a resolução do Conselho Nacional <strong>de</strong> Educação/Conselho Pleno nº<br />

01/2002 que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação <strong>de</strong> Professores da Educação<br />

Básica, em nível superior, curso <strong>de</strong> licenciatura, <strong>de</strong> graduação plena. A partir <strong>de</strong> então se iniciou um gran<strong>de</strong><br />

movimento nos cursos <strong>de</strong> licenciatura no sentido <strong>de</strong> adaptar-se a legislação vigente. Esse movimento trouxe<br />

mudanças significativas nas propostas dos cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores (o que não implica<br />

necessariamente mudança no currículo efetivado), no sentido <strong>de</strong> que era preciso adaptar-se às novas<br />

exigências para conseguir o reconhecimento do curso junto ao Ministério da Educação. As reformas que<br />

aconteceram nos diversos cursos <strong>de</strong> licenciatura, em especial no curso que analisamos neste trabalho, se<br />

<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> forma vertical, <strong>de</strong> cima para baixo, como imposição <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> regulamentação nacional.<br />

As conseqüências que esta verticalização trouxe são inúmeras, porém, neste trabalho, vamos focar apenas<br />

um aspecto referente à formação dos licenciados, a sua i<strong>de</strong>ntificação como docente e o que esse licenciado<br />

vislumbra para o seu futuro.<br />

A formação <strong>de</strong> professores nesse mo<strong>de</strong>lo (3+1) favoreceu a concepção simplista <strong>de</strong> que para<br />

ensinar é necessário saber o conteúdo e aplicar algumas técnicas didáticas. Com essa concepção as<br />

licenciaturas não consolidaram uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e acabaram se transformando em cursos <strong>de</strong>svalorizados nas<br />

instituições e pelos próprios alunos, sendo pouco procuradas nos vestibulares. Esse cenário traz resultados<br />

alarmantes em relação á falta <strong>de</strong> professores em algumas áreas como, por exemplo, a Química.<br />

Segundo o mais recente censo do Instituto Nacional <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio<br />

Teixeira (BRASIL, 2003), existe hoje 109 cursos voltados para a formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> Química,<br />

sendo 79 alocados em instituições públicas. Esses cursos oferecem 3.774 vagas, sendo preenchidas 2.814<br />

com um percentual <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> apenas 30% dos ingressantes.<br />

Esse baixo percentual <strong>de</strong> formados em Licenciatura em Química reflete-se diretamente na<br />

qualida<strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong>ssa disciplina nas escolas, sendo muitas vezes as vagas ocupadas por professores<br />

<strong>de</strong> outras áreas. Para o ano <strong>de</strong> 2002 estimou-se que seriam necessários 23.514 professores <strong>de</strong> Química,<br />

entretanto a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstra que no período <strong>de</strong> 1990 a 2001, formaram-se apenas 13.559 professores<br />

<strong>de</strong> Química (BRASIL, 2003). Assim, mais importante do que o aumento quantitativo no número <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong><br />

graduação em Licenciatura em Química é necessário a valorização da carreira docente e a a<strong>de</strong>quação da<br />

estrutura curricular <strong>de</strong>sses cursos para que possam cumprir as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma formação social e<br />

política amplas. Essas, entre outras medidas, são necessárias para quebrar o estigma <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização e<br />

fracasso do sistema escolar brasileiro e da carreira <strong>de</strong> professor <strong>de</strong> Química.<br />

Após a formação, os professores em sala <strong>de</strong> aula encontram uma realida<strong>de</strong> muito diferente<br />

daquela imaginada e estudada na universida<strong>de</strong>, e percebe que além dos conhecimentos adquiridos durante<br />

o curso é necessário experiência para saber trabalhar com os alunos e com a falta <strong>de</strong> infra-estrutura das<br />

escolas, torna-se um <strong>de</strong>safio constante on<strong>de</strong> o professor tem em suas mãos a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

transmitir seus conhecimentos e superar todas as dificulda<strong>de</strong>s que aparecem. Além disso, tem um <strong>de</strong>safio<br />

constante <strong>de</strong> tentar aliar a teoria aprendida durante a formação com a prática escolar.<br />

Os professores, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passarem pelo curso <strong>de</strong> formação, vão para as<br />

escolas e lá se <strong>de</strong>frontam com a realida<strong>de</strong> na qual eles, têm <strong>de</strong> mobilizar, além <strong>de</strong><br />

seus conhecimentos adquiridos no curso, uma experiência para dar conta <strong>de</strong><br />

construir seu sabre docente. Eles se <strong>de</strong>param com o permanente <strong>de</strong>safio traduzido<br />

naquela velha e mal colocada questão <strong>de</strong> que, na pratica, a teoria é outra.<br />

(Pimenta, p.9).<br />

A formação docente, obviamente, dá-se em processo permanente e contínuo. Baseados no seu<br />

processo <strong>de</strong> escolarização e na forma como foram educados, os futuros professores, quando iniciam seus<br />

cursos <strong>de</strong> licenciatura, já possuem concepções sobre o ato <strong>de</strong> ensinar que são muito simples e ingênuas.<br />

Segundo essas concepções, para ensinar basta conhecer o conteúdo e utilizar algumas técnicas<br />

pedagógicas. Esta visão simplista é, por sua vez, reforçada pelo mo<strong>de</strong>lo usual <strong>de</strong> formação naqueles<br />

cursos, que é calcado na racionalida<strong>de</strong> técnica. Com base nesse mo<strong>de</strong>lo, os currículos <strong>de</strong> formação<br />

profissional ten<strong>de</strong>m a separar o mundo acadêmico do mundo da prática. Assim, propiciam um sólido<br />

conhecimento básico-teórico no início do curso, com subseqüentes disciplinas <strong>de</strong> ciências aplicadas <strong>de</strong>sse<br />

conhecimento para, ao final, chegarem à prática profissional com os famosos estágios. No caso da<br />

formação docente, esse mo<strong>de</strong>lo concebe e constrói o professor como técnico, pois enten<strong>de</strong> a ativida<strong>de</strong><br />

profissional como essencialmente instrumental dirigida para a solução <strong>de</strong> problemas mediante a aplicação<br />

<strong>de</strong> teorias e técnicas. No entanto, há aqui sérios condicionantes que conferem pouca efetivida<strong>de</strong> a essa<br />

formação: i) os problemas nela abordados são abstraídos das circunstâncias reais, constituindo-se em

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