14.10.2014 Views

apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />

No caso apresentado, a atenção está dirigida para o estabelecimento <strong>de</strong> procedimentos, roteiros,<br />

metodologias que garantam a transmissão <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> conhecimento. É interessante<br />

observar que tais proposições estão vinculadas ao uso <strong>de</strong> experimentos simples e <strong>de</strong> baixo custo, à<br />

elaboração <strong>de</strong> equipamentos alternativos e <strong>de</strong> fácil acesso ou à utilização <strong>de</strong> espaços não-formais.<br />

O presente trabalho, trás a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> alguns instrumentos que po<strong>de</strong>m estar sendo<br />

construídos, para serem utilizados em laboratórios, empregando-se materiais recicláveis,<br />

portanto, <strong>de</strong> baixo custo. (T 3-04)<br />

O objetivo principal é elaborar equipamentos <strong>de</strong> laboratório alternativos para realização <strong>de</strong><br />

aulas práticas, permitindo que o professor e seus alunos criem um espaço mais produtivo e<br />

melhorem a aprendizagem da Química. (T 5-06)<br />

O último excerto (T 5-06) nos mostra também uma preocupação com o uso do laboratório para<br />

garantir a melhora na aprendizagem dos conceitos químicos e como uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o interesse e a<br />

curiosida<strong>de</strong> dos alunos. Estas idéias estão vinculadas à questão da eficiência, característica marcante das<br />

teorias tradicionais. Estes argumentos também aparecem nos seguintes trechos.<br />

A aula prática é uma sugestão <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> ensino que po<strong>de</strong> contribuir para melhoria na<br />

aprendizagem <strong>de</strong> Química. Pois, além dos experimentos facilitarem a compreensão do<br />

conteúdo, tornam as aulas mais dinâmicas, tendo assim uma aprendizagem mais<br />

significativa. (T 2-08)<br />

Sabe-se que os alunos do Ensino Médio apresentam dificulda<strong>de</strong> em assimilar alguns dos<br />

conceitos abordados em química. [...] Baseando-se nesta proposta, elaborou-se uma aula<br />

prática, utilizando-se a experimentação, para abordar o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, tema <strong>de</strong><br />

difícil entendimento dos alunos. (T 2-04)<br />

No excerto T 2-04, além da análise já exposta, parece haver também um <strong>de</strong>slocamento para uma<br />

tendência que utiliza termos ou preocupações que remetem às idéias da teorização crítica. Ao afirmar que<br />

os alunos apresentam dificulda<strong>de</strong>s para compreen<strong>de</strong>r certos conceitos químicos e que a experimentação,<br />

ou, mais especificamente, o laboratório, é um local que oportunizará ao aluno um melhor entendimento do<br />

tema em questão, parece-nos que se está tentando promover certa idéia <strong>de</strong> emancipação/libertação.<br />

Portanto, na visão <strong>de</strong> muitos autores, o laboratório po<strong>de</strong> ser utilizado como um instrumento que<br />

permita que as crianças das classes dominadas, conforme afirmam Bourdieu e Passeron (1975), “tenham<br />

uma educação que lhe possibilite ter – na escola – a mesma imersão duradoura na cultura dominante que<br />

faz parte – na família – da experiência das crianças das classes dominantes”. Ou seja, para a teorização<br />

crítica, a escola, o laboratório, como lócus privilegiados, agrega as pessoas das classes dominadas<br />

(aqueles que não compreen<strong>de</strong>m o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, por exemplo) e as elevam a um patamar <strong>de</strong><br />

dominantes.<br />

Além disso, a idéia <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia também se faz presente nesses <strong>trabalhos</strong>. Mostra-se que, a partir<br />

do laboratório ou da ativida<strong>de</strong> experimental, há um lugar melhor, i<strong>de</strong>al. Stuart Hall e James Donald (1986<br />

apud McLAREN, 1997, p. 209) afirmam que a questão i<strong>de</strong>ológica funciona como<br />

UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.<br />

as estruturas <strong>de</strong> pensamento que são usadas na socieda<strong>de</strong> para explicar, resolver<br />

e dar sentido ou significado ao mundo social e político [...] Sem essas estruturas,<br />

não po<strong>de</strong>ríamos nunca compreen<strong>de</strong>r o mundo. Mas, com elas, as nossas<br />

percepções são inevitavelmente estruturadas em uma direção particular pelos<br />

próprios conceitos que usamos.<br />

Isso também po<strong>de</strong> ser verificado em um trabalho realizado com alunos do ensino médio da<br />

educação <strong>de</strong> jovens e adultos, funcionários <strong>de</strong> uma empresa (na maioria das vezes, fazem parte das

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!