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apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

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1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />

A divisão <strong>de</strong>ssas teorias em categorias, tal qual propostas por Silva e McLaren, ajuda a<br />

compreen<strong>de</strong>r os interesses que envolvem suas construções e nos permite olhar <strong>de</strong> forma mais atenta e<br />

crítica para a produção acadêmica acerca dos laboratórios escolares em nosso país.<br />

Nesse estudo, é pertinente adiantar, conforme pu<strong>de</strong>mos constatar, que as maneiras <strong>de</strong> se pensar<br />

a ciência <strong>de</strong> laboratório escolar no Brasil estão radicalmente articuladas às idéias tradicionais do currículo.<br />

Tal afirmativa po<strong>de</strong> ser sustentada pelo enfoque teórico dado pelos pesquisadores em seus <strong>trabalhos</strong>, nos<br />

autores que utilizam para sustentar seus argumentos, na idéia elitizada e racional <strong>de</strong> Ciência. Além disso, o<br />

papel político presente no currículo, mais especificamente, na ciência <strong>de</strong> laboratório, sua dimensão mais<br />

humana, as conexões estabelecidas, os jogos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, as disputas, os recursos <strong>de</strong> justificação e tradução,<br />

como é feita nas bancadas dos laboratórios, atrelada a um ciclo <strong>de</strong> interesses e <strong>de</strong> convencimentos, a uma<br />

agonística, ainda é pouco abordada em nosso país.<br />

De modo a situar a discussão, proce<strong>de</strong>remos a uma apresentação do referencial teórico que<br />

orienta nossa investigação para, então, discutir os <strong>trabalhos</strong> selecionados.<br />

ALGUMAS TEORIAS DO CURRÍCULO<br />

A partir dos anos 20, mais intensamente nos Estados Unidos, o currículo tornou-se objeto <strong>de</strong><br />

estudo em virtu<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> massificação da escolarização e da intensa industrialização. Ele passou a<br />

ter gran<strong>de</strong> importância no processo educacional e transformou-se num campo <strong>de</strong> pesquisas e estudos,<br />

fazendo com que surgissem várias teorias para questioná-lo e tentar explicá-lo, as chamadas teorias do<br />

currículo.<br />

Começamos nossa breve revisão, com o seguinte questionamento: “O que é um currículo?”. Não<br />

há um consenso em relação à compreensão da palavra currículo. Vejamos o que Moreira e Silva (1995)<br />

afirmam com relação a esta questão,<br />

UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.<br />

O currículo há muito tempo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas uma área meramente técnica,<br />

voltada para questões relativas a procedimentos, técnicas, métodos. Já se po<strong>de</strong><br />

falar agora em uma tradição crítica do currículo, guiada por questões sociológicas,<br />

políticas, epistemológicas. Embora questões relativas ao “como” do currículo<br />

continuem importantes, elas só adquirem sentido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva que<br />

as consi<strong>de</strong>re em sua relação com questões que perguntem pelo “por quê” das<br />

formas <strong>de</strong> organização do conhecimento escolar. (MOREIRA; SILVA, 1995, p. 7)<br />

Portanto, mais importante do que buscar <strong>de</strong>finições para o currículo, é interessante compreen<strong>de</strong>r<br />

quais as questões que uma teoria do currículo procura respon<strong>de</strong>r. Em primeiro lugar, a questão central <strong>de</strong><br />

toda teoria do currículo é: o que <strong>de</strong>ve ser ensinado?. Em segundo lugar, que eles/elas <strong>de</strong>vem ser?. Sendo<br />

assim, todo currículo, além <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> conhecimento também é uma questão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Além disso, <strong>de</strong> acordo com a perspectiva aqui assumida, o currículo também é uma questão <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r, pois quando um dado conhecimento é selecionado ou privilegiado, está sendo realizada uma relação<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Essa questão <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> origens foucaultianas, problematiza o entendimento dos saberes a<br />

partir dos mo<strong>de</strong>los unicamente epistemológicos. Olhar a produção acadêmica por essa perspectiva implica<br />

pôr-se ao largo dos conceitos <strong>de</strong> progresso e verda<strong>de</strong>, recusar que há uma evolução no conhecimento em<br />

direção à verda<strong>de</strong>, e <strong>de</strong> que esta se dá em oposição ao conhecimento comum. Na perspectiva<br />

epistemológica <strong>de</strong> cunho tradicional, o conhecimento científico, mesmo que opere por intermédio <strong>de</strong><br />

mediações, simulações e artifícios, ou seja, por meios práticos, é ainda visto a partir <strong>de</strong> uma concepção<br />

exclu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Nesse novo território mais além das epistemologias, o fazer e a episteme não se

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