14.10.2014 Views

apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />

a tabela quando <strong>de</strong>ixa pequenos textos e experiências no sli<strong>de</strong>. Em uma perspectiva latouriana, po<strong>de</strong>mos<br />

observar, abstratamente ou não, que a tabela parece convocar um público real do museu a essas posições<br />

e encorajá-lo, ao menos imaginariamente, a interagir com ela.<br />

Segundo Latour (1997), quem escreve um texto científico fica então num dilema: Como <strong>de</strong>ixar<br />

alguém completamente livre e ao mesmo tempo obediente? Qual o melhor caminho para os estagiários<br />

resolverem esse paradoxo? Montar os sli<strong>de</strong>s da tabela <strong>de</strong> tal maneira que <strong>de</strong>ixe apenas um caminho a<br />

seguir, ou montar sli<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixando outras possibilida<strong>de</strong>s para que o público escolha o melhor caminho?<br />

Mas, como o estagiário chegará a este resultado, sabendo que o público real do museu po<strong>de</strong><br />

encontrar outros caminhos? Criando obstáculos nos outros caminhos, e fazendo uma limpeza no caminho a<br />

ser seguido, montando caixas pretas com argumentos fáceis <strong>de</strong> serem discutidos, como disse o estagiário:<br />

● “a gente tem que nadar a favor ou contra a maré, a gente tem que escolher o mais fácil.”<br />

Desse modo, po<strong>de</strong>mos dizer que os estagiários, ao construírem a tabela, não <strong>de</strong>vem levar em<br />

conta apenas o seu conhecimento acadêmico, mas <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar o sujeito que está sendo construído<br />

para a tabela. É esta preocupação com o sujeito que vai dar sustentação à tabela que está sendo<br />

construída.<br />

Analisando os primeiros dias <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> campo, po<strong>de</strong>mos observar que o estagiário mostravase<br />

interessado pelo conteúdo da tabela, aspirava construí-la <strong>de</strong> acordo com seus conhecimentos<br />

acadêmicos, estava atento para a veracida<strong>de</strong> das informações. Entretanto, não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> pensar no<br />

público da tabela, com observamos na fala <strong>de</strong> Vinicius:<br />

● “estou arriscando idéias, não tem nada fechado, prefiro colocar frases pequenas que <strong>de</strong>fine<br />

tudo para que o aluno não se canse, ... “<br />

●“vou trabalhar muito com imagens, pois o foco da tabela é trabalhar com crianças e<br />

adolescentes, então tem que ser algo que prenda a atenção <strong>de</strong>les ...”<br />

●“tudo é baseado em várias fontes, pois encontrei algumas fontes que davam informações<br />

incorretas, então procuro certificar da veracida<strong>de</strong> da fonte para utilizá-la.”<br />

Po<strong>de</strong>mos dizer que o en<strong>de</strong>reçamento da tabela não está ocorrendo <strong>de</strong> maneira clara e objetiva,<br />

mas está se <strong>de</strong>senvolvendo por meio <strong>de</strong> fragmentos que estão surgindo durante a sua construção, nas<br />

relações entre os estagiários e o computador ao navegar pela internet, ao selecionar um tipo <strong>de</strong> figura<br />

animada, ao selecionar textos curtos, pequenos ví<strong>de</strong>os, ao montar experiências, fazer perguntas interativas.<br />

Enfim, estes são alguns artifícios utilizados para en<strong>de</strong>reçar a tabela periódica ao público pensado.<br />

Para compreen<strong>de</strong>r em quem os estagiários ou a própria tabela pensa como público em alguns dos<br />

elementos <strong>de</strong> análise sugeridos por Ellsworth, po<strong>de</strong>mos utilizar <strong>de</strong> algumas categorias <strong>de</strong> análise, como a<br />

sensibilida<strong>de</strong> dos construtores que funcionam “por trás” Oliveira (2006), ou seja, quem seriam os futuros<br />

“usuários” da tabela, se eles parecem conhecer ou, ao menos, buscam conhecer seu grau <strong>de</strong> atenção, suas<br />

estratégias interpretativas, objetivos e <strong>de</strong>sejos, se têm experiências prévias <strong>de</strong> leitura e hábitos <strong>de</strong> audiência<br />

televisa, preferências e preconceitos e finalmente qual seu posicionamento social.<br />

O en<strong>de</strong>reçamento da tabela refere-se, em síntese, a quem os estagiários e cientistas direcionam<br />

seu leds, emotcons e elementos químicos.<br />

Também po<strong>de</strong>mos explorar o po<strong>de</strong>r do modo <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçamento nas propagandas. Os produtores<br />

das propagandas fazem muitas suposições e têm muitos <strong>de</strong>sejos conscientes e inconscientes sobre o tipo<br />

<strong>de</strong> consumidor para o qual seus produtos são en<strong>de</strong>reçados e sobre as posições que seus públicos <strong>de</strong>vem<br />

UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!