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apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...

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1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />

A re<strong>de</strong> científica <strong>de</strong> um laboratório <strong>de</strong> Química do Ensino Médio na<br />

perspectiva Latouriana<br />

Cristiane Beatriz Dal Bosco Rezzadori 1 (PG)*, Moisés Alves <strong>de</strong> Oliveira 2 (PQ)<br />

1,2<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ensino <strong>de</strong> Ciências e Educação Matemática. Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina.<br />

cristiane.bosco@bol.com.br<br />

Palavras Chave: teoria ato-re<strong>de</strong>, laboratório <strong>de</strong> Química, etnografia.<br />

Resumo: Este artigo preten<strong>de</strong> problematizar a re<strong>de</strong> científica, na perspectiva latouriana, por meio <strong>de</strong><br />

um recorte realizado em um trabalho <strong>de</strong> pós-graduação que visa mapear como um laboratório<br />

didático da escola média funciona <strong>de</strong>ntro das re<strong>de</strong>s sociotécnicas. Os resultados preliminares<br />

apresentados fazem parte <strong>de</strong> uma pesquisa etnográfica <strong>de</strong> campo aberto realizada no período <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 2008 a abril <strong>de</strong> 2009 em uma escola pública <strong>de</strong> Londrina-PR e a problematização acontece<br />

através dos cinco circuitos apresentado por Latour (2001), que funcionam neste trabalho como<br />

“categorias analíticas” que tentam <strong>de</strong>monstrar o sistema circulatório dos fatos científicos no<br />

laboratório pesquisado. Este trabalho nos possibilitou olhar o laboratório escolar - os jogos, as<br />

articulações e os convencimentos que ali são estabelecidos, e perceber que o processo <strong>de</strong><br />

construção do conhecimento científico requer associações, negociações, alinhamentos, estratégias<br />

e competências para interligar o maior número <strong>de</strong> elementos que darão viabilida<strong>de</strong> à construção<br />

<strong>de</strong>ste conhecimento.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Já há alguns anos, pesquisadores têm <strong>de</strong>monstrado interesse em investigações sociológicas <strong>de</strong><br />

tendências mais culturais nos locais <strong>de</strong> produção da ciência – os laboratórios <strong>de</strong> pesquisa (KNORR-<br />

CETINA, 1995, 1981; LATOUR, 1997; LENOIR, 2004, 2000; OLIVEIRA, 2008, 2006). Este espaço é<br />

entendido, nesta perspectiva, como uma imbricada re<strong>de</strong> composta por diversos elementos, instâncias,<br />

interesses, parcerias, procedimentos, saberes, etc., produzidos por entida<strong>de</strong>s humanas e não-humanas que<br />

constituem os objetos e os significados que conhecemos como ciências ou práticas científicas (LATOUR,<br />

1994).<br />

Portanto, para compreen<strong>de</strong>r esse espaço como uma “imbricada re<strong>de</strong>”, como um sistema<br />

sociotécnico, faz-se necessário compreen<strong>de</strong>r melhor a própria noção <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, tal qual entendida<br />

principalmente pelo grupo do Centre <strong>de</strong> Sociologie <strong>de</strong> l’Inovation do qual o membro mais conhecido no<br />

Brasil é o filósofo Bruno Latour, também conhecida como teoria ator-re<strong>de</strong>. Nesta teoria, a noção <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

refere-se a fluxos, circulações, alianças, e não a uma entida<strong>de</strong> fixa. Ela é composta <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> traduções<br />

heterogêneas <strong>de</strong> elementos, humanos e não-humanos, conectados e agenciados. Implica invenção <strong>de</strong> um<br />

elo que antes não existia e que <strong>de</strong> alguma maneira modifica os elementos imbricados. As ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

tradução 7 , por sua vez, referem-se ao trabalho pelo qual os atores modificam, <strong>de</strong>slocam e transladam os<br />

seus vários e contraditórios interesses (FREIRE, 2006).<br />

Bruno Latour acredita que é preciso focar e <strong>de</strong>screver não a ciência feita, mas a ciência em ação,<br />

como ela acontece, como é feita nas bancadas dos laboratórios, <strong>de</strong>finindo no mesmo processo o seu<br />

conteúdo e o seu contexto social. Logo, o laboratório didático também necessita ser entendido, não como<br />

um local on<strong>de</strong> se transmitem conhecimentos experimentais, mas como um espaço rico e ativo na produção<br />

7 A tradução também po<strong>de</strong> ser entendida como os meios pelos quais um ator inscreve outros na re<strong>de</strong>. Sua característica<br />

é o <strong>de</strong> ações específicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e distribuição <strong>de</strong> papéis, <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> passagem obrigatórios que, <strong>de</strong><br />

certa maneira, mapeiam o caminho <strong>de</strong> outros atores para que a re<strong>de</strong> exista. (OLIVEIRA, CARVALHO, 2008)<br />

UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.

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