apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...
apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...
apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />
Des<strong>de</strong> a primeira meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 90, <strong>de</strong> acordo com Lopes e Macedo (2002, p. 20), “a<br />
perspectiva pós-estruturalista alcançou <strong>de</strong>staque no campo do Currículo no Brasil em virtu<strong>de</strong> das produções<br />
nessa área oriundas do grupo <strong>de</strong> Currículo da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (UFRGS)”. Sua<br />
base teórica está pautada nas idéias <strong>de</strong> Michael Foucault, Stuart Hall, Derrida, Deleuze e Guattari.<br />
Mas o que seria um currículo pós-crítico? Corazza (2002, p. 103), caracteriza-o da seguinte forma:<br />
Um pós-currículo é aquele, como seu próprio prefixo diz, um currículo que pensa e<br />
age inspirado pelas teorias pós-críticas em Educação. Pensa a partir <strong>de</strong><br />
perspectivas pós-estruturalistas e pós-mo<strong>de</strong>rnistas, pós-colonialistas e<br />
multiculturalistas e com conceitos criados pelos estudos culturais e feministas,<br />
gays e lésbicos, filosofias da diferença e pedagogias da diversida<strong>de</strong>. Age, por<br />
meio <strong>de</strong> temáticas culturais, estudando e <strong>de</strong>batendo questões <strong>de</strong> classe e gênero,<br />
escolhas sexuais e cultura popular, nacionalida<strong>de</strong> e colonialismo, raça e etnia,<br />
religiosida<strong>de</strong> e etnocentrismo, [...]. É <strong>de</strong>sse modo que um pós-currículo<br />
curriculariza as diversas formas contemporâneas <strong>de</strong> luta social.<br />
O currículo pós-crítico e multiculturalista, segundo Canen (2002, p. 174), é um “movimento teórico<br />
e político que busca respostas para os <strong>de</strong>safios da pluralida<strong>de</strong> cultural nos campos do saber, incluindo não<br />
só a educação, como também outras áreas que po<strong>de</strong>m contribuir para o sucesso organizacional”. Portanto,<br />
um currículo multiculturalista privilegia a diversida<strong>de</strong> das formas culturais, mostra que nenhuma cultura po<strong>de</strong><br />
ser julgada superior a outra e inclui aspectos representativos das diversas culturas dominadas. Ele está<br />
situado sempre à esquerda, pois se compromete com uma educação pública <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para todos,<br />
rejeitando as políticas neoliberais <strong>de</strong> educação.<br />
O REFERENCIAL METODOLÓGICO<br />
O corpus <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>ste trabalho consiste <strong>de</strong> aproximadamente 30 artigos (5 <strong>trabalhos</strong><br />
<strong>completos</strong> <strong>de</strong> apresentação oral e 25 resumos <strong>de</strong> apresentação em painel) apresentados no ENEQ –<br />
Encontro Nacional <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Química, no período <strong>de</strong> 2000 a 2008. Os artigos selecionados são<br />
consi<strong>de</strong>rados por nós uma fonte textual significativa para verificar a produção científica na área da ciência<br />
<strong>de</strong> laboratório.<br />
Compreen<strong>de</strong>mos texto na sua vertente pós-estruturalista, tal qual o problematiza Derrida (1999).<br />
Nessa vertente, o texto está sempre aberto a uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significados, <strong>de</strong>vido ao funcionamento<br />
da linguagem no qual a différance inva<strong>de</strong> o signo. Como ocorre nas teorizações sociais mais amplas, os<br />
artigos analisados por essa perspectiva são textos em que nenhum entre os elementos da linguagem está<br />
simplesmente presente ou ausente; existem apenas diferenças que dotam o texto <strong>de</strong> significado.<br />
Assim, ao proce<strong>de</strong>r ao levantamento nas atas do evento (CD-ROM, livros impressos e internet)<br />
esses “textos” estão sendo pensados como trazendo em seu bojo um sistema histórico, sempre aberto, <strong>de</strong><br />
significações que lhe atribui um sentido próprio, um sentido que Le Goff chama <strong>de</strong> monumento.<br />
Para Le Goff (1984), o documento é uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da<br />
época, da socieda<strong>de</strong> que o produziu e também das épocas sucessivas durante as quais continuou a existir.<br />
É uma coisa que fica, que perdura, é o testemunho, o ensinamento. Ele é produto da socieda<strong>de</strong>, que o<br />
fabricou segundo as relações <strong>de</strong> forças que nela <strong>de</strong>tinham o po<strong>de</strong>r. O que transforma um documento em<br />
monumento é, portanto, a sua utilização <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Logo, o monumento terá sempre como<br />
característica aquilo que Le Goff (1992) afirma ser seu “po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> perpetuação” e que Rodrigues (2001)<br />
consi<strong>de</strong>ra, “po<strong>de</strong>r esse que <strong>de</strong>seja ser legado à memória coletiva a fim <strong>de</strong> tentar perpetuar-se, „fazendo<br />
UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.