apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...
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1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />
Obstáculos Epistemológicos <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> ensino médio: uma<br />
introdução ao fenômeno da combustão.<br />
Paula Cavalcante Monteiro (PG)*, Marcia Camilo Figueiredo (PG), Mara Luciane Kovalski (PG),<br />
Ouri<strong>de</strong>s Santin Filho (PQ)<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Educação para a Ciência e o Ensino <strong>de</strong> Matemática (Mestrado e Doutorado)<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá - PR. e-mail: cavalcante_paula@hotmail.com*<br />
Palavras Chave: Combustão, Lavoisier, Química<br />
Introdução<br />
Georg Ernst Stahl 4 (1660-1774) afirmava que<br />
durante a combustão, os materiais perdiam algo<br />
que na época foi <strong>de</strong>nominado como espírito ígneo,<br />
este explicava o fato <strong>de</strong> alguns materiais ficarem<br />
mais leves após a combustão. Porém, somente no<br />
século XVIII com os experimentos <strong>de</strong> Antoine<br />
Laurent Lavoisier 4 (1743-1794) é que se<br />
comprovou que em recipientes fechados, não há<br />
variação <strong>de</strong> massa durante a combustão das<br />
substâncias. Desta forma, o trabalho objetivou<br />
investigar os obstáculos epistemológicos 1 que os<br />
alunos possuem em relação ao fenômeno<br />
combustão. Os resultados fazem parte <strong>de</strong> um<br />
estudo preliminar das concepções que os<br />
estudantes apresentam em relação ao tema<br />
abordado. A pesquisa foi realizada em duas<br />
escolas públicas do noroeste do Paraná, num total<br />
<strong>de</strong> seis turmas <strong>de</strong> primeiro ano, sendo quatro<br />
turmas do diurno (107 alunos) e duas turmas do<br />
noturno (44 alunos). Para obtenção dos dados,<br />
<strong>de</strong>senvolveu-se em sala <strong>de</strong> aula, pela professora<br />
<strong>de</strong> Química, uma ativida<strong>de</strong> didática expositiva e<br />
<strong>de</strong>monstrativa, na qual, montou-se uma pequena<br />
balança <strong>de</strong> arame e, em seguida, testou a<br />
combustão <strong>de</strong> papel e palha <strong>de</strong> aço, conforme<br />
procedimento <strong>de</strong>scrito em Santos et. al (2005) 3 .<br />
Assim, após os alunos terem observado as<br />
queimas, eles respon<strong>de</strong>ram questões contidas no<br />
livro (p.276) 3 . Estas foram analisadas por meio do<br />
método da análise textual discursiva, <strong>de</strong> acordo<br />
com os pressupostos <strong>de</strong> Moraes e Galiazzi<br />
(2007) 2 .<br />
Resultados e Discussão<br />
Ao analisar as respostas dos alunos, verificou-se<br />
que eles compreen<strong>de</strong>m melhor a perda <strong>de</strong> massa<br />
do que o ganho, pois durante a <strong>de</strong>monstração os<br />
alunos tinham a idéia <strong>de</strong> que os resultados seriam<br />
os mesmos para as duas situações. A diminuição<br />
da massa foi justificada pelos alunos pela<br />
evaporação ou <strong>de</strong>sintegração do material testado<br />
(as folhas <strong>de</strong> papel). Para estes alunos, as folhas,<br />
ao serem queimadas “<strong>de</strong>ixam escapar um pouco<br />
<strong>de</strong> matéria”, por isso acaba ficando mais leve.<br />
Também afirmam que “o material vira cinza porque<br />
o fogo consumiu o peso do papel”, fato explicado<br />
UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.<br />
pela queima <strong>de</strong> algumas substâncias, ou seja, é<br />
forte a ligação entre as palavras queima e<br />
<strong>de</strong>struição, pois a cinza é citada com “algo que não<br />
é nada”, que não possui massa. Quando os alunos<br />
analisam o ganho <strong>de</strong> massa pela palha <strong>de</strong> aço,<br />
estes justificam o aumento da massa por causa da<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, pois esta aumenta à medida que o<br />
material queima (palha <strong>de</strong> aço). Este aumento na<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é justificado pelos alunos com a<br />
suposição <strong>de</strong> que, as “moléculas e os átomos se<br />
juntam durante a queima”. Há também alunos que<br />
justificaram o aumento <strong>de</strong> massa pelo fato <strong>de</strong> que<br />
“a palha <strong>de</strong> aço ter sugado a massa do oxigênio”.<br />
Poucos alunos correlacionam os fatos <strong>de</strong> que a<br />
queima é uma transformação química. Porém,<br />
justifica a origem do aumento <strong>de</strong> massa como a<br />
modificação no peso e no volume do material.<br />
Assim, perante as déias apresentas pelos alunos,<br />
também, como: a massa aumentou e ganhou<br />
volume, cinza não é nada, a matéria escapa nas<br />
chamas, a massa subiu pela balança, à fumaça é<br />
leve, etc, foram categorizados aos obstáculos<br />
epistemológicos segundo Bachelard 1 (realista,<br />
animista e substancial).<br />
Conclusões<br />
Neste trabalho conclui-se que os obstáculos<br />
epistemológicos estão presentes entre os alunos<br />
em relação ao tema abordado. Assim, se torna<br />
importante conhecê-los no âmbito escolar para<br />
mediar o conhecimento científico. Pois, segundo<br />
Bachelard 1 “(...) o espírito científico vence os<br />
diversos obstáculos epistemológicos e se constitui<br />
como conjunto <strong>de</strong> erros retificados”.<br />
___________________<br />
1 BACHELARD, G. A formação do espírito<br />
científico. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Contraponto, 2003.<br />
2 GALIAZZI, M. C; MORAES, R. Análise Textual<br />
Discursiva. Unijuí. Editora Unijuí, 2007, .<br />
3 SANTOS, W. L. P; et. al. Química & Socieda<strong>de</strong>.<br />
São Paulo. Ed. Nova Geração. 2005.<br />
4 VANIN, A. V. Alquimistas e Químicos: o<br />
passado, o presente e o futuro. São Paulo. Ed.<br />
Mo<strong>de</strong>rna, 2005.