apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...
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1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />
Ela também possibilita um plano <strong>de</strong> trabalho aberto e flexível, havendo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
alterações conforme a pesquisa é realizada, ou seja, segue-se o movimento dos próprios atuantes, valendose<br />
<strong>de</strong> qualquer recurso disponível para tal (OLIVEIRA, 2008). Do ponto <strong>de</strong> vista ferramental, a metodologia<br />
seguiu as técnicas <strong>de</strong> coleta e análise dos dados propostas por Graue e Walch (2003), Al<strong>de</strong>r e Al<strong>de</strong>r (1994),<br />
Latour (1985) e Costa (2002), que nos apontaram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma visão mais aberta acerca da<br />
produção da ciência. A geração dos dados aconteceu por meio da tomada <strong>de</strong> notas, gravações, fotos e<br />
entrevistas e o registro <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>u-se através da produção <strong>de</strong> narrativas utilizando fragmentos do que foi<br />
observado no laboratório.<br />
Feitas estas consi<strong>de</strong>rações, passaremos agora a discutir a re<strong>de</strong> científica propriamente dita.<br />
A REDE CIENTÍFICA<br />
A literatura tem tratado e <strong>de</strong>nominado as re<strong>de</strong>s científicas pelo enfoque <strong>de</strong> diversos autores, como<br />
por exemplo, Knorr-Cetina (1981), Callon (1986), Latour e Woolgar (1997), Law (LATOUR, 2005, 1999)<br />
entre outros, e recebe diversas <strong>de</strong>nominações: re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> translação, arenas transcientíficas ou<br />
transepistêmicas, re<strong>de</strong>s tecnocientíficas, método <strong>de</strong> tradução, <strong>de</strong>ntre outras.<br />
Para o nosso entendimento, faremos uso da perspectiva proposta por Bruno Latour, conhecida<br />
como Teoria Ator-Re<strong>de</strong> (TAR) ou re<strong>de</strong> sociotécnica. Mas no que implica a noção <strong>de</strong> re<strong>de</strong> que perpassa esta<br />
perspectiva?<br />
A noção <strong>de</strong> re<strong>de</strong> refere-se a fluxos, circulações, alianças, movimentos, em vez <strong>de</strong><br />
remeter a uma entida<strong>de</strong> fixa. Uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores não é redutível a um único ator<br />
nem a uma re<strong>de</strong>; ela é composta <strong>de</strong> séries heterogêneas <strong>de</strong> elementos animados<br />
e inanimados, conectados, agenciados. Por um lado, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores <strong>de</strong>ve ser<br />
diferenciada da tradicional categoria sociológica <strong>de</strong> ator, que exclui qualquer<br />
componente não-humano. Por outro, também não po<strong>de</strong> ser confundida com um<br />
tipo <strong>de</strong> vínculo que liga <strong>de</strong> modo previsível elementos estáveis e perfeitamente<br />
<strong>de</strong>finidos, porque as entida<strong>de</strong>s das quais ela é composta, sejam naturais ou<br />
sociais, po<strong>de</strong>m a qualquer momento re<strong>de</strong>finir sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e suas mútuas<br />
relações, trazendo novos elementos. Assim, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores 9 é<br />
simultaneamente um ator, cuja ativida<strong>de</strong> consiste em fazer alianças com novos<br />
elementos e uma re<strong>de</strong>, capaz <strong>de</strong> re<strong>de</strong>finir e transformar seus componentes.<br />
(MORAES, 2001, p. 322-323)<br />
Esta perspectiva visa superar a idéia epistemológica <strong>de</strong> que a ativida<strong>de</strong> científica é <strong>de</strong>finida com<br />
base em sua produção conceitual e teórica, em suas verda<strong>de</strong>s que são consolidadas e encaradas como<br />
ciência pronta e acabada. Callon (2000 apud Leitão, 2007) argumenta que para o mo<strong>de</strong>lo clássico, os<br />
conhecimentos científicos são produzidos por especialistas e divulgados para leigos que tomam tal<br />
informação como verda<strong>de</strong>s. Há um problema neste mo<strong>de</strong>lo, pois ele consi<strong>de</strong>ra a idéia <strong>de</strong> que a veridicida<strong>de</strong><br />
das coisas está atrelada a um estado das coisas que po<strong>de</strong>m ser comprovadas por qualquer um e em<br />
qualquer lugar.<br />
Os estudos sociais da ciência propõem um pensamento na ciência em construção, uma vez que<br />
as verda<strong>de</strong>s científicas quando estão fora <strong>de</strong> sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção não fazem sentido. Portanto, o que<br />
estes estudos sugerem é que pensemos a ciência em ação, on<strong>de</strong>, segundo Leitão (2007), “as „caixas<br />
UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.