apresentações de trabalhos (completos/orais) - Universidade ...
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1º CPEQUI – 1º CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA.<br />
ocupar. Essas suposições e esses <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong>ixam traços intencionais e não intencionais nas imagens que<br />
são os veículos dos significados <strong>de</strong> suas mensagens.<br />
CONCLUSÃO<br />
Assim, na perspectiva <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r qual o público que os estagiários procuraram ao construir a<br />
tabela, acompanhamos como os estagiários, orientados diretamente pelos professores responsáveis pelo<br />
projeto, construíram a tabela, sendo está voltada, segundo seus construtores, para a divulgação científica,<br />
porém com uma linguagem acessível às crianças e adolescentes.<br />
A nossa motivação teórica consistiu em compreen<strong>de</strong>r por quais mecanismos a tabela torna-se<br />
autônoma, ganhando in<strong>de</strong>pendência e materialida<strong>de</strong> em lugares específicos, como no museu. E a<br />
motivação cultural viria, como um complemento, mostrar como a ciência po<strong>de</strong>ria ser exposta <strong>de</strong> maneira<br />
diferente dos métodos tradicionais, <strong>de</strong>monstrando, juntamente com outros elementos, como a tecnologia, a<br />
mídia, a internet tem sua ativa participação na vida das crianças e dos jovens.<br />
Ao entrar no laboratório para iniciar as observações, busquei compreen<strong>de</strong>r como os estagiários<br />
navegam pela internet e quais os mecanismos que usaram na formação do público a partir da construção da<br />
tabela. Olhei atenciosamente como selecionavam uma figura aqui, outra ali, como construíram os textos,<br />
como trabalhavam com os planos <strong>de</strong> fundo, enfim, como interagiam com os professores orientadores.<br />
Diante <strong>de</strong> tudo isso, percebemos que a tabela foi sendo estruturada para um público imaginado.<br />
Os estagiários visavam a <strong>de</strong>terminados públicos, imaginando-os. Por exemplo, alguns sli<strong>de</strong>s que<br />
construíram com ícones animados, figuras interativas, balões, eram produzidos com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> atrair o<br />
maior público para a tabela, que seriam crianças e adolescentes; outros, como por exemplo, com textos,<br />
reações químicas, experiências, eram produzidos para chamar a atenção dos alunos da aca<strong>de</strong>mia e dos<br />
professores que visitariam o museu.<br />
Também observamos que os estagiários selecionavam, <strong>de</strong>ntre as possibilida<strong>de</strong>s existentes,<br />
aquelas que consi<strong>de</strong>ravam dignas <strong>de</strong> ser conservadas e postas a funcionar na tabela interativa, segundo<br />
um maneirismo <strong>de</strong> perspectivas recíprocas, isto é, os estagiários assumiam a postura <strong>de</strong> porta-vozes <strong>de</strong><br />
uma cultura permutável tanto “lá fora” (socieda<strong>de</strong>) quanto “<strong>de</strong>ntro” (ciência <strong>de</strong> laboratório).<br />
Os modos <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçamento também foram percebidos quando os estagiários pareciam convocar<br />
os adolescentes e as crianças conectadas a interagir com ícones animados, pequenos textos, balões,<br />
figuras, ví<strong>de</strong>os e experiências, buscando colocar este público como partícipe da tabela, convidando-o a<br />
interagir com estes artefatos como algo que dê prazer.<br />
Em termos <strong>de</strong> conteúdo, a tabela foi construída voltada para a divulgação científica, porém com<br />
uma linguagem mais comum do dia a dia das crianças e dos adolescentes, <strong>de</strong> forma que os estagiários<br />
estabeleceram uma espécie <strong>de</strong> inter relação do conhecimento científico com conhecimento escolar. Além<br />
disso, trabalharam com a idéia reduzida da ciência como aquela produzida em laboratório tecnológico.<br />
O presente estudo sugere a importância do en<strong>de</strong>reçamento para repensar as relações entre mídia<br />
e aprendizado, à luz dos componentes técnicos e culturais da produção <strong>de</strong> conhecimento. Conforme<br />
mostramos na construção e no en<strong>de</strong>reçamento da tabela, estagiários e cientistas trabalharam na construção<br />
<strong>de</strong> um público para a tabela periódica.<br />
UEL – 10 A 13 DE AGOSTO DE 2009.