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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

Podemos começar a entender esse fenômeno estudando o ciclo de Carnot (Figura<br />

2). Neste ciclo, estão representados quatro pontos com diferentes parâmetros que os<br />

descrevem (pressão, volume e temperatura): A, B, C e D. A mudança de cada um dos<br />

pontos (ou estados) para outro ocorre espontaneamente, sendo assim isoentrópico, porém<br />

para o ciclo ser completo é necessário que a magnitude da transferência de energia Qa seja<br />

igual à Qb. Isso em um sistema isolado (na mesma escala de do ciclo de Carnot) implica na<br />

transferência de energia de um corpo mais frio para um corpo mais quente. Isto torna esse<br />

ciclo impossível, pois sabemos que só há fluxo de calor de um corpo mais quente (T<br />

maior) para um mais frio (T menor), e nunca o contrário (FEYNMAN et al,1970), o que<br />

torna a condução de calor um processo irreversível (MONTEIRO & PIQUEIRA, 2000).<br />

Dizemos que um processo é irreversível quando a probabilidade de que ele aconteça é tão<br />

baixa que sua ocorrência chega a ser considerada impossível (HOPF, 1988 apud<br />

MONTEIRO & PIQUEIRA, 2000).<br />

1. Figura 2 - Ciclo de Carnot. Note que Ta>Tb e que as curvas Ta e Tb são isotermas, assim as<br />

transições A->B e C->D ocorrem à temperatura constante e B->C e D->A são transições<br />

adiabáticas (sem troca de energia com o meio). Todas as expansões e contrações do clico de<br />

Carnot são reversíveis, neste modelo a entropia aumenta e diminui, porém em uma<br />

transformação de A->B->C->D->A, a variação de entropia é igual zero (isoentrópica).<br />

Lembre-se que o trabalho útil é dado pela área hachurada da figura.<br />

Este ciclo foi criado por Carnot como modelo de uma máquina que minimizaria o tão<br />

famigerado problema da perda de energia sob a forma de calor, mas, infelizmente, não é<br />

possível construí-la (não até agora, pelo menos).<br />

A segunda lei da termodinâmica está associada exatamente a essa perda de<br />

energia. Porém, para melhor entendermos o que está por trás da segunda lei, uma<br />

formalização maior é necessária.<br />

Clausius deu à segunda lei seu formato mais famoso ao introduzir uma função de<br />

estado denominada entropia (representada por S), a qual era, segundo ele, uma medida de<br />

capacidade de mudança de um sistema: em um sistema isolado, a quantidade de energia é<br />

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