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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

comprometido. Deste modo, perturbação e destruição dos hábitats leva ao<br />

desenvolvimento e metamorfose em ambientes menos que o ótimo, isso poderia levar a<br />

uma perda de linfócitos maior que a normal e um concomitante aumento da<br />

susceptibilidade a doenças durante esse momento de transição (Rollins-Smith 1998).<br />

• Temperatura: Mudanças nas condições climáticas têm sido apontadas como um<br />

importante fator para o declínio das populações de anfíbios. Sabemos que o sistema<br />

imune em ectotérmicos é temperatura-dependente, por isso esse fator ambiental pode<br />

diretamente influenciar a susceptibilidade desse grupo às doenças infecciosas. Algumas<br />

taxas de componentes do sistema imune diminuem durante períodos de baixas<br />

temperaturas, o qual pode ser uma resposta adaptativa ao decréscimo do risco de<br />

adquirir uma infecção no inverno. Linfócitos e eosinófilos permanecem a níveis basais em<br />

baixas temperaturas, em anfíbios aclimatados, neutrófilos e fagócitos deprimem suas<br />

atividades inicialmente quando a temperatura cai, mas retornam aos níveis normais uma<br />

vez que o animal está aclimatado, sugerindo que esses parâmetros são temperaturadependente.<br />

O aumento da variabilidade das condições climáticas pode conduzir a<br />

períodos de imunossupressão mais longos ou mais freqüentes, o que tem implicações<br />

para a emergência das doenças e o potencial para as mudanças climáticas exacerbar o<br />

declínio dos anfíbios (Raffel et al. 2006; Marchalonis b 1977)<br />

• Pesticidas: Muitas substâncias, incluindo os pesticidas utilizados em agricultura,<br />

modulam a resposta imunológica podendo alterar tanto aspectos morfológicos quanto<br />

fisiológicos. Anfíbios expostos a pesticidas sofrem um decréscimo no número de células<br />

em órgãos linfóides, como o baço. O número de esplenócitos, por exemplo, é<br />

inversamente proporcional à quantidade do agente químico ao o indivíduo foi exposto,<br />

esse parâmetro indica, portanto, que mesmo a exposição prolongada a baixas<br />

concentrações, também têm efeito no sistema imune desses animais. Pesquisas<br />

mostram que rãs (Rana temporária) expostas a altas concentrações de inseticidas<br />

organofosforados possuíam baixos níveis de leucócitos no sangue, quando comparados<br />

a animais não expostos. Os mecanismos como ocorrem essas alterações ainda não são<br />

conhecidos; contudo, é possível que os contaminantes tenham um efeito citotóxico nas<br />

células hematopoéticas primordiais e/ou pode modificar a hematopoese. Esses<br />

contaminantes também modulam respostas-chave da imunidade, como a fagocitose, e<br />

também apresenta uma relação dose-resposta, ou seja, quanto mais alta a concentração,<br />

menor o número de fagócitos. Certos poluentes, por outro lado, têm a propriedade de<br />

hiper-estimular células imunes e conduzem, portanto, à reações de hipersensibilidade ou<br />

doenças auto-imunes, o que poderia induzir lesões em diferentes tecidos. Pesticidas<br />

também modulam a função-chave básica dos linfócitos, que reagem à estimulação<br />

antigênica, e estes adquirem certa incompetência de proliferar mesmo quando expostos a<br />

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