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Livro CI 2008

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Evolução de Sistemas Fisiológicos<br />

outras pressões, ou mesmo ter expressão neutra diante da seleção natural (ou seja, não ser<br />

‘visto’ pela seleção natural por não interferir no sucesso reprodutivo do indivíduo). Ou,<br />

alternativamente, um caracter pode ser mantido/modificado no descendente por outros<br />

fenômenos evolutivos, que não estão necessariamente relacionados com o sucesso<br />

reprodutivo do indivíduo.<br />

A fisiologia evolutiva considera as alterações de caracteres fisiológicos em um<br />

contexto evolutivo, levando em conta a história natural das espécies, sua ecologia e suas<br />

relações filogenéticas. As variáveis estudadas a partir dessa perspectiva possuem agora<br />

uma história, fazem parte de um contexto mais amplo que é a evolução das espécies.<br />

(2) Quão importantes são os processos evolutivos em facilitar ou limitar a<br />

evolução fisiológica?<br />

Questionamentos desse tipo mostram claramente a incorporação de elementos da<br />

biologia evolutiva na fisiologia, principalmente provindos da genética de populações e da<br />

genética quantitativa. A genética de populações utiliza diversos parâmetros para determinar<br />

como evoluíram os genes ou conjuntos de genes dentro de uma população. Esses<br />

parâmetros são tamanho populacional, variação genotípica e fenotípica, herdabilidade,<br />

sobrevivência e reprodução diferenciais, taxas de mutação gênica, freqüência de alelos,<br />

entre outros. Os estudos em fisiologia evolutiva principiaram a utilizar esses parâmetros a<br />

fim de se concluir sobre quais condições naturais de uma população originaram e/ou<br />

mantiveram um certo caracter fisiológico.<br />

A genética de populações expandiu o horizonte de fenômenos evolutivos ressaltados<br />

pela fisiologia para além da seleção natural. Os autores passaram a se interessar por outros<br />

processos, como deriva genética, restrição evolutiva e compromisso evolutivo, e a<br />

considerá-los como mais importantes que a seleção natural em certos casos. Deriva<br />

genética é um processo evolutivo no qual as freqüências de alelos de genes mudam<br />

estocasticamente (ou seja, as probabilidades dos eventos são indeterminadas). A fixação ou<br />

desaparecimento de certos alelos na população ocorre como um fenômeno estocástico,<br />

impassível de previsão e sem a ação de pressão seletiva. A deriva genética é mais comum<br />

em populações pequenas nas quais o processo de especiação origina-se-se de um número<br />

pequeno de indivíduos. Processos de migração e desastres naturais podem levar uma<br />

pequena parcela de uma população a se isolar, e assim, evoluir a partir de número muito<br />

reduzido de indivíduos.. Utiliza-se a idéia de ‘gargalo de garrafa’ para se visualizar o que<br />

ocorre com a freqüência de alelos em uma população que se tornou pequena (Figura 1).<br />

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