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Livro CI 2008

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Fisiologia, Conservação e Meio Ambiente<br />

2.1.1. Mecanismos imunológicos em anfíbios<br />

Os mecanismos de resistência dos anfíbios aos patógenos envolvem o sistema<br />

imune inato bem como o sistema imune adaptativo. O sistema imune inato é aquele que<br />

promove proteção rápida e inespecífica. A primeira linha de defesa ocorre através da pele e<br />

do trato digestório, e é realizada por peptídeos antimicrobianos. Como todos os vertebrados,<br />

anfíbios também possuem células fagocíticas, macrófagos primários e neutrófilos que<br />

podem fagocitar diretamente um patógeno. Anfíbios compartilham com outros vertebrados<br />

um sistema complemento que pode matar diretamente o organismo invasor através de um<br />

complexo de ataque à membrana, e atua também em conjunto com anticorpos. Citotoxinas<br />

naturais produzidas por células “natural killers” (NK) também estão presentes, assim como<br />

em todos os vertebrados. O sistema imune adaptativo requer tempo para ser ativado,<br />

seguido da detecção de um antígeno. É altamente específico e promove a geração de<br />

memória celular. O sistema é composto de linfócitos T e B que expressam receptores de<br />

superfície celular e receptores imunoglobulinas (Ig). O Timo e o baço são órgãos linfóides<br />

central e periférico, respectivamente. Embora salamandras possuam a estrutura básica do<br />

sistema adaptativo imune, a resposta imunológica in vivo é tipicamente menos robusta que<br />

em anuros (Manning e Turner 1976; Carey et al. 1999).<br />

Dado que anfíbios possuem um aparato imunológico sofisticado, a mortalidade em<br />

massa desse grupo não pode ser atribuída simplesmente à possibilidade de mecanismos de<br />

defesa deficientes. Alguns fatores ambientais podem modular a resistência dos anfíbios aos<br />

patógenos:<br />

•Desenvolvimento: Durante a metamorfose, anfíbios anuros sofrem total reorganização de<br />

todos os sistemas fisiológicos, inclusive o sistema imune, sendo que mudanças<br />

decorrentes da metamorfose em urodelos são menos acentuadas. A imunocompetência<br />

completa não é alcançada até o momento após a metamorfose, pelo menos para as<br />

poucas espécies estudadas até o momento. Na ontogenia, a população de linfócitos<br />

expande durante o crescimento do girino e decresce acentuadamente em órgãos como o<br />

timo, o fígado e o baço durante o clímax da metamorfose. Quando a metamorfose é<br />

completada, a população de linfócitos expande novamente até alcançar os níveis da<br />

população do adulto, cerca de 4 a 8 meses. Linfócitos B também aumentam em duas<br />

ondas que são separadas pela metamorfose. Adicionalmente, o sistema imune é muito<br />

sensível à corticoesteróides, e estes têm uma alta produção durante a metamorfose, e a<br />

queda dos níveis dos parâmetros gerais durante esse período é atribuída à elevação dos<br />

níveis desse hormônio. A imunossupressão logo após e durante a metamorfose, torna os<br />

anfíbios susceptíveis às doenças. Alguns estudos afirmam que quando os girinos<br />

desenvolvem-se em condições de escassez de alimento eles metamorfoseiam tarde e em<br />

tamanho menor que o normal. Dessa forma, o sistema imune pode ser seriamente<br />

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