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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

Figura 3: Ritmo de atividade locomotora (barras escuras) em Drosófilas ritmicamente normais (A) ou<br />

mutantes (B-D), T=25ºC (Konopka & Benzer, 1971).<br />

As proteínas CLOCK e BMAL1 são tidas como fatores de transcrição positivos, pois<br />

induzem a transcrição gênica de cry1, cry2, per1 e per2 cujas proteínas resultantes, por sua<br />

vez, atuam como repressores da transcrição gênica. PER e CRY formam heterodímeros e,<br />

quando atingem determinada concentração, interagem com o heterodímero formado por<br />

CLOCK e BMAL, evitando então que esses últimos ativem mais transcrição gênica. Como<br />

conseqüência, os níveis de RNAm e de proteína de PER e CRY vão decrescendo até o<br />

ponto e que tornam-se insuficientes para reprimir a atividade de CLOCK/BMAL, reiniciando<br />

um novo ciclo. CLOCK/BMAL também regulam a transcrição do receptor nuclear órfão REV-<br />

ERBα, que por sua vez inibe a transcrição de clock e bmal, levando a uma expressão<br />

rítmica e anti-fásica desses fatores. Modificações pós-traducionais, como a atividade de<br />

fosforilação da caseína kinase (CK Iε), parecem ser importantes também para a regulação<br />

rítmica desses diferentes fatores, já que sua ausência gera fenótipos com ritmos circadianos<br />

alterados (Gachon et al., 2004). Um modelo simplificado dessas alças de feedback<br />

encontra-se na figura 4 abaixo.<br />

Apesar dos grandes avanços obtidos na compreensão do funcionamento da<br />

maquinaria do relógio biológico, ainda restam muitas dúvidas a respeito da conexão entre o<br />

relógio central (NSQ) e os relógios periféricos localizados em muitos (senão em todos)<br />

órgãos e tecidos animais.<br />

Os genes de relógio descobertos nos neurônios do NSQ foram posteriormente<br />

identificados em praticamente todas as demais células dos organismos, mas por estarem<br />

tão distante da principal via de aferência sincronizadora (retiniana), sabia-se que o<br />

mecanismo oscilatório apresentado na periferia deveria divergir daquele encontrado nos<br />

NSQs. De fato, toda oscilação rítmica descrita em tecidos periféricos foi atribuída a um<br />

controle neural proveniente do relógio central, sem o qual as oscilações desapareceriam.<br />

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