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Livro CI 2008

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Neurofisiopatologia<br />

Controle neural da pressão arterial e hipertensão<br />

João Paulo de Pontes Matsumoto<br />

jpaulo.fisio@yahoo.com.br<br />

Laboratório de Neurotransmissão e Modulação Neural da Pressão Arterial<br />

A manutenção dos níveis pressóricos dentro de uma faixa de normalidade depende de<br />

variações do débito cardíaco ou da resistência periférica ou de ambos. Diferentes<br />

mecanismos de controle estão envolvidos não só na manutenção como na variação da<br />

pressão arterial (PA), regulando o calibre e a reatividade vascular, a distribuição de fluido<br />

dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco. O estudo dos mecanismos de controle da PA<br />

tem indicado grande número de substâncias e sistemas fisiológicos que interagem de<br />

maneira complexa para garantir a PA em níveis adequados nas mais diversas situações.<br />

Desta forma, a dinâmica da PA é efetuada por mecanismos neuro-humorais que<br />

corrigem prontamente os desvios dos níveis basais da PA, para mais ou para menos<br />

(Michelini, 2007). Sendo assim, estes mecanismos reguladores da PA agem como em um<br />

arco-reflexo: envolve receptores, aferências, centro de integração, eferências e efetores<br />

cardiovasculares, além das alças hormonais (id).<br />

Entre os componentes que controlam a PA, os mecanorreceptores ou barorreceptores<br />

são os principais responsáveis pela regulação momentânea da PA. Localizados na crossa<br />

da aorta e no seio carotídeo (Figura 3.1), são constituídos por terminações nervosas livres<br />

situadas na adventícea, próximas à borda média – adventicial, que são extensamente<br />

ramificadas e apresentam varicosidades e convoluções a espaços irregulares (Krauhs,<br />

1979; Chapleau et al., 2001), (Figura 3.2). Mecanorreceptores são sensíveis a distensão ou<br />

deformação da parede vascular, deformações estas que são geradas pela passagem do<br />

pulso de pressão. Os barorreceptores transduzem esse sinal mecânico em sinal elétrico<br />

através de canais iônicos sensíveis a deformações, pertencentes à família das degerinas/<br />

canais epiteliais de Na+ (DEG/EnaC) e presentes nos terminais nervosos. Estes, durante a<br />

sístole, permitem o influxo de Na + e Ca ++ que despolarizam os terminais na proporção direta<br />

da deformação, ou seja, quanto maior a deformação, maior o influxo de íons, maior a<br />

despolarização e vice-versa (Figura 3.2c). Esses sinais são transmitidos ao longo das fibras<br />

aferentes mielinizadas e não-mielinizadas.<br />

As fibras barorreceptoras aórticas (Nervo Depressor Aórtico ou de Cyon) caminham<br />

pelo nervo vago, enquanto as carotídeas (Nervo Sinusal ou de Hering) incorporam-se ao<br />

nervo glossofaríngeo. Há diferenças interespécies quanto à distribuição anatômica do nervo<br />

depressor aórtico, como exemplos no cão onde a região cervical é praticamente inseparável<br />

do tronco vagal (que contém, igualmente, o simpático cervical) ou no coelho em que este<br />

nervo corre isoladamente.<br />

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