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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

funcionais e metabólicas do coração, induzidas pelo exercício, resultam em maior volume de<br />

ejeção sistólica (que se torna mais vigorosa) e em maior esvaziamento ventricular.<br />

Entretanto, a hipertrofia cardíaca pode se instalar em resposta a certos estados<br />

patológicos crônicos como e hipertensão arterial. Na hipertrofia concêntrica o aumento da<br />

massa ventricular não é proporcional ao aumento da câmara cardíaca. Desta forma, o<br />

trabalho cardíaco é feito contra uma excessiva resistência ao fluxo sanguíneo. O coração<br />

hipertrofiado pode falhar e tornar-se incapaz, em casos mais graves, de prover o fluxo<br />

sanguíneo normal para o indivíduo hipertenso.<br />

Vários são os fatores desencadeantes da hipertensão arterial. Entre eles, o excesso de<br />

peso, a alimentação rica em gordura e sal e pobre em frutas, verduras e legumes, o<br />

tabagismo, o alcoolismo e os fatores genéticos. Outros fatores importantes são os<br />

relacionados aos comportamentos e à capacidade de reação em diversas situações<br />

cotidianas. Assim, os comportamentos que atualmente acometem quase a totalidade das<br />

pessoas entre crianças e adultos, como o estresse e a ansiedade, podem desencadear ou<br />

acentuar o estado hipertensivo. A ansiedade, o estresse e a hiperatividade são acentuadas<br />

características comportamentais de ratos espontaneamente hipertensos. Desta forma,<br />

surgiu a necessidade de verificar as ações do exercício físico espontâneo (em rodas de<br />

corrida) sobre parâmetros fisiológicos cardiovasculares e sobre parâmetros<br />

comportamentais, na ânsia de analisar como o treinamento físico pode ajudar e colaborar<br />

para a melhora da qualidade de vida de animais e indivíduos acometidos pela hipertensão<br />

arterial. Interessantemente, foi observado em 2005 (Moraes, R.X. in dissertação de<br />

mestrado) que ratos espontaneamente hipertensos efetivamente treinados em rodas de<br />

corrida espontânea apresentam diminuição do medo/ansiedade, estresse e hiperatividade.<br />

Para este fim, neste mesmo estudo foi padronizado um protocolo de treinamento físico em<br />

rodas de corrida espontânea, um dado até então ausente na literatura, para que fosse<br />

possível verificar as ações do treinamento físico espontâneo sobre tais parâmetros.<br />

Como podemos observar, transtornos de ansiedade e depressão têm sido intimamente<br />

associados a alterações comportamentais e desde os primórdios, o estudo da<br />

psicopatologia experimental tem se ocupado deles através de modelos animais de tais<br />

patologias.<br />

Considera-se que a ansiedade e a depressão são exacerbações não adaptativas da<br />

reação de defesa (Graeff, 1994). A reação de defesa é o conjunto de diversas estratégias<br />

comportamentais selecionadas ao longo da evolução que amplia as possibilidades de<br />

sobrevivência em situação de perigo. Entre mamíferos, os padrões de resposta a estas<br />

situações são parecidos em sua topografia e aparentados em seus mecanismos fisiológicos<br />

de deflagração (Blanchard et al., 1993).<br />

A reação de defesa apresenta-se como uma seqüência de passos na qual a<br />

proximidade do estímulo aversivo ambiental determina variações topográficas e fisiológicas<br />

observáveis e que podem ser classificadas em três níveis, relacionados com substratos<br />

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