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Livro CI 2008

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Fisiologia, Conservação e Meio Ambiente<br />

atividade destes órgãos na dormência sazonal resulta numa economia energética<br />

importante para os animais. Em contraste, o tecido muscular esquelético em condições de<br />

repouso consome energia a taxas muito reduzidas, porém, por ser o tecido mais abundante<br />

nos vertebrados, sua contribuição total para o metabolismo dos animais é também elevada e<br />

a diminuição da atividade contrátil em animais dormentes representa a principal fonte de<br />

economia energética no estado hipometabólico.<br />

A transição do estado ativo para o estado de dormência envolve uma depressão<br />

coordenada de ambos os processos de produção e de consumo de ATP, de forma a atingir<br />

um novo equilíbrio. A principal economia energética em diferentes grupos de animais é dada<br />

por uma acentuada diminuição das taxas de oxidação de substratos, de forma que as<br />

reservas internas tornam-se suficientes para a sobrevivência no jejum prolongado. Por outro<br />

lado, as taxas dos processos celulares que consomem energia encontram-se reduzidas,<br />

garantindo a manutenção do balanço energético no estado dormente e o pronto<br />

restabelecimento de funções vitais no despertar. A identidade dos processos celulares que<br />

constituem alvo da depressão e o grau de inibição de suas taxas têm sido objeto de intensa<br />

investigação. No rato, assim como em outros vertebrados, a atividade de síntese protéica e<br />

de transportadores de íons representa 48-66% do consumo total de ATP no estado basal ou<br />

de repouso (Figura 2) e estes processos constituem, portanto, importantes alvos de<br />

regulação no jejum e depressão metabólica.<br />

Os mecanismos envolvidos na regulação das taxas de processos celulares incluem<br />

expressão gênica diferencial de proteínas, alterações na taxa de síntese protéica por<br />

inibição da transcrição ou da etapa de tradução (RNAm ‘latente’), regulação do grau de<br />

fosforilação ou de defosforilação de proteínas, com conseqüente ativação ou inativação da<br />

molécula, aumento da meia-vida de proteínas por meio de uma diminuição da taxa de<br />

degradação das moléculas, redução do pH intra-celular com inibição da atividade de<br />

diversas enzimas, manutenção de gradientes iônicos com base na redução do vazamento<br />

de íons através das membranas (‘channel arrest’) e/ou de mudanças na composição lipídica<br />

da membrana mitocondrial levando a uma alteração do vazamento de prótons (Storey &<br />

Storey 2004). Estes mecanismos, no conjunto, promovem uma reorganização do<br />

metabolismo celular e uma inibição das taxas de funções vitais, permitindo a extensão do<br />

limite de tolerância dos animais ao jejum e a sua sobrevivência em condições desfavoráveis<br />

à alimentação.<br />

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