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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

artigo de 1985 já se tornou um clássico dos estudos de biologia evolutiva tendo sido citado<br />

por 1462 artigos no período de 1985 e 2002. Mesmo após 23 anos de existência, a<br />

expansão da influência do método de Contrastes Independentes ainda está aumentando e o<br />

número de trabalhos que aplicam o método cresce a cada ano.<br />

Felsenstein baseou-se na lógica de que grupos-irmãos divergem a partir de um<br />

mesmo momento no tempo, e por isso, a comparação entre eles não sofre dependência da<br />

estrutura hierárquica. Como a relação entre estes dois grupos é independente, o que<br />

fazemos é um contraste, ou seja, medimos a diferença entre os grupos-irmãos ao longo da<br />

filogenia, considerando o tempo de divergência dado pelo tamanho dos ramos (desviopadrão).<br />

O procedimento é executado de “cima para baixo”, começando no topo seguindo em<br />

direção à raiz, sempre identificando os grupos-irmãos. O número de contrastes resultantes é<br />

N-1, onde N é o número de espécies do clado analisado. Por exemplo, se tivermos 21<br />

espécies dentro de uma filogenia teremos como resultado 20 contrastes independentes.<br />

Outra premissa estatística importante, vista acima no item sobre estatística, é que os dados<br />

tenham distribuições idênticas para que sejam comparáveis. Quando olhamos para a<br />

filogenia percebemos que o tempo de divergência entre os ramos deve ser considerado, já<br />

que quanto mais antiga a divergência entre os ramos, maior a diferença esperada para os<br />

grupos-irmãos. Para resolver esse problema usamos um fator de correção, ou<br />

padronização, onde dividimos cada contraste com a raiz quadrada da soma do tamanho dos<br />

ramos (Figura 5). Como a comparação entre grupos-irmãos pode ser considerada um dado<br />

independente e estabelecendo-se distribuições idênticas através da padronização dos<br />

contrastes, cada contraste pode ser considerado um ponto independente passível de ser<br />

usado em métodos estatísticos convencionais, como regressões, correlações, entre outros.<br />

Agora, lembram-se de que a maior parte das inferências filogenéticas que temos<br />

disponíveis para que possamos usar em nossos contrastes são produzidos através de<br />

técnicas cladísticas, mais precisamente baseadas em morfologia? Essas filogenias não<br />

produzem ramos com relação proporcional de tempo, ou seja, não informam quanto ao<br />

tempo de divergência de cada contraste. O que fazer então? Podemos aplicar tamanho de<br />

ramos arbitrários. Apesar de parecer estranho, simulações em computador mostram que<br />

mesmo esse procedimento mais arbitrário apresenta resultados superiores e mais robustos<br />

do que, alternativamente, desconsiderar totalmente a estrutura filogenética subjacente. Ao<br />

que parece, os método de Contrastes Independentes é pouco sensível a erros de tamanho<br />

de ramos (Diaz-Uriarte & Garland, 1996).<br />

AUTOVETORES FILOGENÉTICOS<br />

O método de regressão de Autovetores Filogenéticos (RAF) foi originalmente<br />

proposto para medir a inércia filogenética de caracteres contínuos (Diniz-Filho et al,1998). A<br />

inércia filogenética pode ser definida como a proporção de variação fenotípica que está<br />

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