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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

Efeitos do represamento sobre a fisiologia de organismos aquáticos<br />

com ênfase na reprodução de peixes teleósteos.<br />

Renato Massaaki Honji<br />

Laboratório de Metabolismo e Reprodução de Organismos Aquáticos<br />

honjijp@usp.br<br />

A Terra possui em torno de 510x10 6 Km 2 de superfície terrestre, dos quais 310x10 6<br />

Km 2 são cobertos pelos oceanos, além disso, uma pequena fração dessa superfície (se<br />

comparado com os oceanos) é coberta por rios, lagos, calota e gelo polar. Com base nesses<br />

dados, aproximadamente 71% da superfície da Terra são cobertos por água e, neste<br />

sentido, o ambiente aquático oferece assim mais espaço habitável se comparado com o<br />

ambiente terrestre (Moyle & Cech 2003).<br />

Quando nos referimos aos habitantes encontrados no ambiente aquático, lembramos<br />

rapidamente dos teleósteos (peixes ósseos). Os peixes em geral são os representantes<br />

mais numerosos e diversos entre os vertebrados, contando com aproximadamente 50%<br />

deste grupo (Figura 1a). São conhecidas cerca de 28000 espécies viventes de peixes que<br />

ocupam os mais diversos ambientes aquáticos, ocorrendo desde as altas altitudes até as<br />

fossas submarinas dos oceanos. Em relação à sua distribuição, 58% são marinhos, 41%<br />

são dulciaqüícolas e 1% vivem entre esses dois ambientes, ou seja, essas espécies<br />

realizam migrações entre o ambiente marinho e o ambiente de água doce (Figura 1b). Além<br />

da importância como fonte alternativa de alimento, os peixes também constituem uma rica<br />

fonte de material biológico que podem ser utilizados como modelos para entender os<br />

controles dos processos biológicos (Wooton 1990; Nelson 1994; King 1995; Blázquez et al.<br />

1998; Moyle & Cech 2003).<br />

Desta maneira, com esse grande número de espécies existentes, a constantes<br />

descobertas de novas espécies e a distribuição mundial, esse sucesso do grupo é atribuído<br />

a uma série de adaptações fisiológicas, anatômicas, morfológicas, comportamentais entre<br />

outras características relacionadas aos processos de respiração, nutrição, osmorregulação,<br />

flutuação, percepção sensorial e reprodução (Hoar 1969; Wooton 1990; Vazzoler 1996;<br />

Moyle & Cech 2003; Zavala-Camin 2004). Em relação à reprodução, os peixes são ótimos<br />

exemplos da complexidade reprodutiva, com as diferentes formas anatômicas observadas<br />

nas gônadas entre as espécies; as diferentes formas de liberação dos gametas para a<br />

fertilização externa (como por exemplo, a desova total ou a desova parcelada);<br />

desenvolvimento de diferentes órgãos especializados para a fertilização interna (gonopódio,<br />

por exemplo); as diferentes formas de cuidado com a prole (guardadores e não guardadores<br />

de ovos e larvas); além das diferentes formas de construções de ninhos e a migração<br />

reprodutiva, seja na forma de “piracema” ou daquelas longas migrações entre os mares e os<br />

rios e vice-versa, que são acompanhadas por grandes alterações osmóticas e metabólicas<br />

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