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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

substâncias químicas, que se ligam ou reagem com cortes de tecido, possibilitando<br />

visualizar a reação. São corados citoplasma e outras estruturas celulares, geralmente em<br />

função do pH. Pode-se estudar também a estrutura e a organização cerebral por reações<br />

químicas realizadas por neurônios. A fluorescência utiliza a propriedade de formar produtos<br />

de condensação fluorescentes em presença de formaldeído, característica das aminas<br />

primárias (como dopamina, noradrenalina, serotonina e histamina).<br />

A citoquímica estuda a localização, as relações estruturais e as interações dos<br />

conteúdos celulares através de microscopia eletrônica, fracionamento celular e técnicas<br />

imunoquímicas. Atualmente é possível extrair partes homogêneas de proteínas e de RNAm<br />

de receptores para neuropeptídeos, assim como enzimas de síntese e degradação de<br />

neurotransmissores de tecidos, o que permite clonar, seqüenciar e expressar genes para<br />

diferentes neurotransmissores e receptores.<br />

6.4. Doença de Parkinson<br />

A doença de Parkinson é a forma mais comum de parkinsonismo, que possui diversas<br />

etiologias, inclusive o uso de fármacos (Bear et al, 2002; Douglas, 2000; Oliveira, 2003;<br />

Pliszka, 2004).<br />

A doença de Parkinson é o distúrbio mais comum dos núcleos da base e tem como<br />

características a rigidez muscular, marcha de pés arrastados, postura encurvada, tremores<br />

musculares rítmicos em repouso (em torno de 3 a 5 Hz) que desaparecem com a<br />

movimentação voluntária e uma expressão facial em máscara (ausência de expressão ou<br />

amimia), mas pode apresentar também bradicinesia, acatisia, festinação, congelamento,<br />

cinesia paradoxal, micrografia, disartria e sialorréia, entre outros (Barbosa et al, 2003; Bear<br />

et al, 2002. Cambier e Dehen, 1988; Delong, 2003; Pliszka, 2004).<br />

É causada pela degeneração das aferências da substância negra ao estriado, que<br />

utilizam a dopamina como neurotransmissor. A dopamina facilita a alça motora direta ao<br />

ativar células do putâmen. A falta de dopamina faz parar o sistema que alimenta a atividade<br />

na área motora suplementar via núcleos da base.<br />

A doença interfere nos movimentos voluntários e nos automáticos e é causada pela<br />

morte das células produtoras de dopamina da substância negra e de células produtoras de<br />

acetilcolina do núcleo pedúnculopontino, por motivos ainda desconhecidos. O começo das<br />

mortes celulares ocorre muito antes de aparecerem os sinais clínicos da doença.<br />

A etiologia do parkinsonismo pode ser identificada pelo quadro clínico (exame<br />

neurológico e anamnese), mas precisa de exames complementares (ressonância magnética<br />

encefálica, tomografia craniana, exame do líquido cerebroespinal) para sua exata<br />

determinação. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) identifica a insuficiência<br />

dopaminérgica, mesmo em indivíduos assintomáticos, mas ainda é um método caro e nem<br />

sempre acessível.<br />

Na doença de Parkinson existe desequilíbrio entre a atividade dopaminérgica e a<br />

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